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TST veta duplicidade de multa pelo mesmo fato

A 1a turma do TST acatou recurso do Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A. - Credireal e julgou ser indevida a aplicação simultânea pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) de multa por "litigância de má-fé" e por "ato atentatório à dignidade da Justiça" em razão de uma mesma conduta da empresa no processo.

Da Redação

sábado, 7 de agosto de 2010

Atualizado em 6 de agosto de 2010 19:52


Duplicidade

TST veta duplicidade de multa pelo mesmo fato

A 1a turma do TST acatou recurso do Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A. - Credireal e julgou ser indevida a aplicação simultânea pelo TRT da 3ª região (MG) de multa por "litigância de má-fé" e por "ato atentatório à dignidade da Justiça" em razão de uma mesma conduta da empresa no processo.

No caso, ao não aceitar recurso de agravo de petição do Credireal, por considerá-lo infundado e com o objetivo apenas de adiar a conclusão do processo já em fase de execução, o TRT de Minas Gerais condenou a empresa ao pagamento de 20% sobre o valor corrigido da causa "por litigância de má-fé". Além disso, também multou a empresa em 20% sobre o crédito exequendo por "ato atentatório à dignidade da Justiça". Inconformada, a empresa interpôs agravo e novamente foi multada, em 10% sobre o valor da causa, por interposição de apelo infundado.

Ao analisar o recurso do Credireal, o ministro Lelio Bentes Corrêa, relator do processo, entendeu correta a aplicação de multa por interposição de recurso manifestamente infundado. Para ele, o objetivo da penalidade está de acordo com o previsto no artigo 557, § 2º, do CPC (clique aqui). No entanto, o ministro verificou "excesso" do TRT em impor à empresa duas multas - por litigância de má-fé e por ato atentatório à dignidade da Justiça -, pelo mesmo fato gerador, qual seja, a resistência ao andamento da execução.

Ele explicou que a "litigância de má-fé" ocorre quando se opõe "resistência injustificada" ao andamento do processo. Por outro lado, considera-se "atentatório à dignidade da justiça o ato de se opor maliciosamente à execução". No caso, a conduta da empresa teria sido apenas uma, qual seja, "retardar o andamento do processo, sendo certo que a resistência ao prosseguimento da execução constitui mera consequência".

Para o relator, é necessário seguir os critérios de proporcionalidade e bom senso. "Não se pode admitir que penalidades processuais sobreponham-se ao direito material, gerando enriquecimento ilícito à parte contrária". A Primeira Turma decidiu por excluir da condenação a multa por ato atentatório à dignidade da justiça, e manteve as multas por litigância de má-fé e por interposição de recurso manifestamente protelatório.

  • Processo Relacionado : RR-56040-69.2006.5.04.0029

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