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Ministro Luiz Fux é homenageado pelo TJ/RJ

Ontem, 11, o TJ/RJ, realizou sessão solene em homenagem ao ministro Luiz Fux pela sua ascensão ao STF. A cerimônia, conduzida pelo desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do TJ/RJ, reuniu desembargadores, juízes, advogados e inúmeras autoridades no plenário do Órgão Especial da Corte.

Da Redação

terça-feira, 12 de abril de 2011

Atualizado às 09:46


Solenidade

Ministro Luiz Fux é homenageado pelo TJ/RJ

Ontem, 11, o TJ/RJ, realizou sessão solene em homenagem ao ministro Luiz Fux pela sua ascensão ao STF. A cerimônia, conduzida pelo desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do TJ/RJ, reuniu desembargadores, juízes, advogados e inúmeras autoridades no plenário do órgão especial da Corte.

A desembargadora Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo fez a saudação ao ministro em nome do Tribunal de Justiça. Ela destacou que a história pessoal de Luiz Fux dá provas de superação de grandes dificuldades e é exemplo de perseverança que impulsiona todos para a realização de seu sonho.

"O ministro é um desses companheiros de jornada que a cada caminhada nos engrandece mais. Impressiona-nos a qualidade e a quantidade de sua produção intelectual, com mais de 20 livros publicados. Tendo cumprido todos os degraus da carreira, nós juízes, cariocas, fluminenses e do TJ, lhe desejamos orientação e proteção divinas", disse.

O desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do TJ/RJ, destacou que em todos os concursos de que participou o ministro sempre ficou em primeiro lugar.

"O TJ o acolhe como o filho que se foi. Tal qual o pássaro que voa ao deixar o ninho. Nosso Tribunal se orgulha com vossa presença e agradece pelas lições de vida que sempre nos deu", afirmou o desembargador.

Emocionado, o ministro enfatizou que, para ele, o momento era de muita alegria. "O TJ é o ar que respiro. Aqui conheci o direito vivo, com a experiência de velhos julgadores. Vários julgamentos me comoveram e constatamos que tão importante quanto agir após o fato era atuar de forma preventiva".

De acordo com o ministro, a magistratura é uma vocação, um dom que exige de todos dedicação. E o poder, segundo ele, só se legitima quando é voltado à proteção da sociedade.

"Os juízes, na tarefa árdua de julgar as agruras da vida humana, suas misérias e aberrações, devem ser olímpicos na postura, na técnica, na independência e na sensibilidade, além da enciclopédica formação cultural que se lhes exige", afirmou.

Também estiveram presentes à solenidade o desembargador Nametala Machado Jorge, 1º vice-presidente do TJ/RJ, o desembargador Nascimento Antonio Povoas Vaz, 2º vice-presidente, o desembargador Antonio Eduardo Ferreira Duarte, o 3º vice-presidente, o desembargador Antonio José Azevedo Pinto, corregedor-geral da Justiça, o desembargador Luiz Zveiter, presidente do TRE/RJ, o desembargador Nelson Tomaz Braga, conselheiro do CNJ, o desembargador Antonio Cesar Siqueira, presidente da AMAERJ - Associação dos Magistrados do Estado do Rio, entre outros.

A seguir, confira parte do discurso feito pelo ministro Luiz Fux.

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"Nós os Juízes"

Cumpre ao juiz combater o farisaísmo, desmascarar a impostura, proteger os que padecem e reclamar a herança dos deserdados pela pátria

Outono de 1982. Sete horas da manhã. Beijo a minha esposa, que fazia a mamadeira da nossa primeira filha, e dirijo-me à praça 15 para pegar a barca com destino a Niterói; minha primeira comarca. Acabara de ser aprovado no concurso da magistratura.

Verão de 2011, dia 3 de março beijo a minha família, agora integrada pelo meu primeiro neto, e preparo-me para ingressar no recinto do Supremo Tribunal Federal para ocupar a 11ª cadeira, vaga. Fui nomeado para a mais alta corte do país. Um sonho realizado, que me leva às lágrimas enquanto escrevo.

A presente digressão, longe do ufanismo, revela testamento de fé aos juízes de carreira; esses nobres trabalhadores que dedicam suas vidas ao mais alto apostolado a que um homem pode se entregar nesse mundo de Deus: a magistratura.

Os juízes, na tarefa árdua de julgar as agruras da vida humana, suas misérias e aberrações, devem ser olímpicos na postura, na técnica, na independência e na sensibilidade, além da enciclopédica formação cultural que se Ihes exige.

São altos e raros os predicados que o povo espera de seus juízes: nobreza de caráter, elevação moral, imparcialidade insuspeita, tudo envolto na mais variada e profunda cultura. Os juízes têm amor à justiça: enfrentam diuturnamente com a espada da deusa Têmis o conflito entre a lei e o justo, tratam os opulentos com altivez e os indigentes com caridade.

Nesse mister, assemelhado às atividades sacras, cumpre ao juiz substituir o falso pelo verdadeiro, combater o farisaísmo, desmascarar a impostura, proteger os que padecem e reclamar a herança dos deserdados pela pátria.

O símbolo da justiça plena, ajustada a esses nobres magistrados brasileiros, é a vinheta com que o editor Paolo Barile homenageou Piero Calamandrei na sua obra "Eles, os Juízes, Vistos por um Advogado". A vinheta era composta de uma balança com dois pratos, como todo equipamento semelhante. Num deles havia um volumoso código; noutro, uma rosa; ela, a balança, pendia mais para o prato em que se debruçava a flor, numa demonstração inequívoca de que, diante da injustiça da lei, hão de prevalecer a beleza, a caridade e a poesia humanas.

Assim são os juízes do meu país, essa pátria amada, Brasil, que acolheu meus ancestrais exilados da perseguição nazista, esse Brasil que é o ar que respiro, o berço dos meus filhos e do meu neto e, infelizmente, o túmulo de meu querido e saudoso pai, que merecia viver esse meu momento que se aproxima.

Senti-me no dever de transmitir aos juízes de carreira do meu país que é possível alcançar o sonho que nos impele dia a dia a perseguir a nossa estrela guia.

Senhores juízes brasileiros! Lutem incessantemente pelos seus ideais, porque eu, nessas horas que antecedem a minha posse, acredito que a vida é feita de heroísmos.

Agradeço o estímulo espiritual que me emprestaram com a força do pensamento de que agora era a nossa hora: a dos juízes de carreira.

Pronto. Chegou à hora. A Banda dos Fuzileiros Navais acabou de entoar o nosso hino nacional, vou emocionado para o "juramento de fidelidade à Constituição Brasileira", não sem antes deixá-Ios, nas palavras de Chaplin, uma última mensagem: "É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai, e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.

Atender a quem te chama é belo; lutar por quem te rejeita é quase chegar à perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rola e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.

Teus passos ficaram.

Olhes para trás, mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te".

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Fonte: TJ/RJ

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