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A modernização da ABPI e o primeiro congresso virtual

O 40º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual será realizado de 19 a 22 de outubro.

Da Redação

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Atualizado às 09:45

 (Imagem: Foto Divulgação)

(Imagem: Foto Divulgação)

Com mais de 1.500 acessos, palestrantes nacionais e estrangeiros, autoridades dos três poderes e congressistas de vários países, o presidente da ABPI, Luiz Edgard Montaury Pimenta, abriu oficialmente o 40º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual, o primeiro realizado na forma virtual. Em sua fala, Pimenta destacou o processo de modernização da entidade, acelerado por conta do isolamento social. "A ABPI que já estava em um processo de modernização, foi obrigada a se reinventar mais rapidamente ainda", disse. "Com a ajuda da tecnologia, evoluímos, modernizamos a ABPI de modo a atender da melhor maneira possível os anseios de nossos associados e parceiros".

Montaury Pimenta explicou que a ABPI vem investindo em uma imagem mais moderna - renovou a marca, lançou aplicativo para acesso às suas mídias, promoveu webinars, lives, podcasts e aumentou sua participação nas mídias sociais com conteúdo mais qualificado. "Isso tudo nos proporcionou também expandir nossas atividades com maior intensidade para outros estados brasileiros", acrescentou.

Sobre assuntos que serão debatidos no Congresso o presidente da ABPI enfatizou a iniciativa do Ministério da Economia de revitalizar o Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual e a recente Consulta Pública para definir uma Estratégia Nacional da Propriedade Intelectual. Ao final, convidou a todos para participar do anúncio, no último dia do evento, do vencedor do Prêmio A Patente do Ano na área da Covid. Lançado este ano, o prêmio contemplará a melhor invenção no tratamento da Covid-19. 

Na recuperação econômica é proibido gastar 

A política geminada de aumento das despesas com elevação tributária, habitual na busca de do superávit primário, está esgotada e o Brasil terá que se valer do remédio amargo da limitação dos gastos públicos, disse o economista Eduardo Loyo, do BTG Pactual, em palestra de abertura do 40º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual. "Esta medida, imposta por emenda constitucional, nos obrigará a uma consolidação fiscal e produzirá o efeito colateral da segregação da discussão sobre gastos e receita", diz o economista. Se os gastos estão limitados pelo teto não adianta encontrar mais receita com a finalidade de gastar mais, pois isso não é permitido pela vigência do teto dos gastos".

Segundo Loyo, o ajuste fiscal será muito gradual e condicionado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), uma questão que ele considera "chave" para a manutenção do processo de recuperação econômica. "É um tema de interesse geral do País e crucial para o sentimento econômico", diz o economista. "Nossa questão é primordialmente fiscal e temos que atentar para ela", disse.

O Brasil, disse Loyo em sua palestra, registrou três grandes surpresas com a pandemia que tiveram impactos positivos na economia. Uma foi a resiliência operacional da economia, bem maior do que se imaginava. Outra, a sustentação da demanda de bens e serviços, no que ajudou as transferências de renda do governo para a população. Outra grande surpresa foi que a dita segunda onda veio com menos intensidade do previsto, permitindo um relaxamento das regras de isolamento social. "A economia está em recuperação no Brasil e outros países em ritmo bem mais rápido do que se previa", disse.

No entanto, de acordo com o economista, apesar da recuperação, a pandemia deixou um legado de incertezas, "um choque comportamental", que pode afetar os investimentos. "As famílias vão poupar mais por temor do que possa acontecer no futuro? Ou haverá uma rede de proteção social e as taxas de poupança continuarão as mesmas? Os investidores continuarão investindo?", questionou. Há ainda que se considerar, apontou o economista, o choque fiscal "gigantesco" que a pandemia provocou, reduzindo a arrecadação, aumentando as despesas e deixando uma demanda por novos mecanismos de proteção social. "Tudo isso vai requerer uma digestão prolongada", disse.