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Instituto de Tecnologia

Está nascendo o "MIT brasileiro", pelas mãos de André Esteves

A expectativa é de que o instituto brasileiro seja capaz de gerar "uma transformação importante na sociedade".

Da Redação

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Atualizado às 20:49

A família do banqueiro André Esteves está oficializando nestes dias um projeto que pode vir a mudar o desenvolvimento tecnológico do país.

Com sua visão empreendedora, e com alto grau de patriotismo, Esteves está doando nada mais, nada menos do que R$ 200 milhões para a criação do Inteli - Instituto de Tecnologia e Liderança, faculdade sem fins lucrativos focada em computação. 

A ideia de Esteves é criar uma espécie de "MIT brasileiro". MIT, como sabem os leitores, é a sigla em inglês que denomina o Massachusetts Institute of Technology, que fica em Cambridge. Fundado em 1861, num momento de efervescente industrialização, o MIT é, seguramente, um dos grandes responsáveis pela potência que são os EUA hoje.

Nesse sentido, vê-se que o ambicioso projeto tem sentido, deve ser aplaudido e, com um patrono destes, conta com garantia de sucesso. 

As informações foram divulgadas pelo Brazil Journal.

 (Imagem: MIT)

(Imagem: MIT)

A vultosa doação feita pelo controlador do BTG será suficiente para criar o instituto, bem como para cobrir as despesas operacionais dos primeiros anos do negócio.

Inicialmente, quatro cursos serão oferecidos, de forma presencial: engenharia da computação, engenharia de software, ciência da computação e sistemas da informação. Mais para a frente, também serão ofertadas opções de pós-graduação, EaD e cursos livres.

Diferentemente do MIT, que está nas margens do rio Charles, o Inteli ficará próximo ao rio Pinheiros, pois terá sua sede no bairro do Butantã, em São Paulo. Aliás, local que faz todo o sentido, pois se o irmão ianque fica ao lado de Harvard, o Instituto brasileiro está no mesmo bairro da USP. 

A inauguração está prevista para fevereiro de 2022, com 250 alunos. Até 2025, a expectativa, até bem conservadora, é de se chegar a mil matrículas.

A CEO do Inteli será Maíra Habimorad, que já comandou a Cia de Talentos e até 2019 era a diretora acadêmica e de inovação do IBMEC. Maurício Garcia, que tem mais de 30 anos de experiência com educação e foi vp de inovação da Adtalem no Brasil, será o conselheiro acadêmico.

E além do casal André e Lilian Esteves, o conselho do Inteli será composto pelo CEO do BTG, Roberto Sallouti; Arthur Lazarte, co-fundador da Wildlife Studios; Mark Maletz, da Harvard Business School; Pedro Thompson, CEO da Exame e ex-CEO da Yduqs; Silvio Meira, que fundou o Porto Digital de Recife; Ricardo Dias, da Adventures; e Soa Esteves, a fundadora da Cia de Talentos.

Em entrevista ao Brazil Journal, André Esteves afirmou que sua ideia é criar uma faculdade capaz de gerar "uma transformação importante na sociedade". Segundo ele, "há um gap enorme de formação de tecnologia no Brasil".

"Mas, mais do que isso, há um gap qualitativo, que é formar engenheiros da computação que entendam o contexto da sociedade, que entendam a importância de crescer com sustentabilidade, de respeitar o Estado de Direito e entender que a riqueza é criada pelo trabalho."

Também ao Brazil Journal, Esteves disse que diversos empresários do BTG já se mostraram a favor de bancar bolsas de estudos para alunos que passarem no processo seletivo e não tiverem condições de arcar com a mensalidade.

De acordo com André, o Inteli mesclará ensino técnico com ensinamentos sobre liderança, cidadania e empreendedorismo, com aulas ministradas por dois professores (um do meio acadêmico e um de mercado) e desenvolvimento de projetos.

"Queremos criar um ensino academicamente sólido e denso, mas que também seja voltado para as demandas da economia real. Mas acima de tudo queremos formar cidadãos."

  • Epidemia 

Falando em André Esteves, em março do ano passado Migalhas divulgou trecho de uma entrevista na qual ele comentou a crise do coronavírus e o uso do lockdow. Agora, momento em que vivemos situação similar àquela, a fala de Esteves ressoa ainda mais importante. 

"Ele [lockdown] é absolutamente necessário. Por outro lado, é importante que ele tenha um prazo limitado de tempo. Tem um enorme custo para a sociedade você manter esse status quo por muito tempo, por meses. O lockdown deveria ser aplicado por algumas semanas, muito provavelmente poucas semanas."

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