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Gilmar Mendes completa 19 anos como ministro do STF

Nesse período, S. Exa. relatou processos de grande repercussão e esteve à frente do projeto "Mutirão Carcerário", realizado pelo CNJ.

Da Redação

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Atualizado às 09:22

Neste domingo, 20, o ministro Gilmar Mendes completou 19 anos no STF. Ao longo desse período, S. Exa. relatou processos importantes, convocou audiências públicas de grande repercussão (como a do sistema prisional brasileiro, realizada na semana passada), além de ter ocupado a presidência da Corte e do CNJ, onde realizou mutirões carcerários e implantou o projeto "Começar de Novo".

Nascido em Diamantino/MT, Mendes tem importante atuação na área docente e acadêmica e foi procurador da República e advogado-geral da União, antes de integrar o STF, onde assumiu, em 2002, a vaga deixada pelo ministro Néri da Silveira. De 2004 a 2006, atuou como ministro do TSE. No biênio 2008-2010, ocupou a presidência do STF e do CNJ.

 (Imagem: Nelson Jr/STF)

Gilmar Mendes completou 19 anos como ministro do STF.(Imagem: Nelson Jr/STF)

Julgamentos em destaque

Nesses 19 anos, o ministro Gilmar Mendes, especialista na área de controle de constitucionalidade, relatou diversas matérias, entre elas a ADIn 1.055, em que a Corte julgou inconstitucional lei que permitia a prisão civil do depositário infiel de débitos tributários, a ADIn 2.727, em que foi declarada a inconstitucionalidade de norma que definia critérios de distribuição de recursos do FPE - Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, e a ADIn 4.861, quando a Corte entendeu que somente a União pode legislar sobre bloqueadores de sinal de celular em presídios.

Mendes foi relator do RE 603.616, em que o STF definiu limites para a entrada da polícia em domicílio sem autorização judicial, do RE 641.320, em que a Corte decidiu que a falta de estabelecimento penal compatível com a sentença não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso.

Relatou, ainda RE 632.853, no qual o Supremo entendeu que o Poder Judiciário não pode interferir em critérios fixados por banca examinadora de concurso público, e a STA 389, em que o STF anulou decisão que obrigava a União a marcar data alternativa para o Enem a estudantes judeus, a fim de não coincidir com o período sagrado judaico. Também coube ao ministro Gilmar Mendes relatar processos sobre a exigência de diploma para jornalista (RE 511.961) e a instalação de câmeras de monitoramento em escolas (ARE 878.911).

Mutirões carcerários

Marca importante de sua gestão no CNJ, o ministro Gilmar Mendes implantou o projeto "Começar de Novo", com a participação dos demais Poderes e de outras instituições, visando garantir o respeito aos direitos e às garantias fundamentais dos presos e dos egressos do sistema prisional e o efetivo cumprimento da LEP - Lei de Execução Penal. Desde aquela época, o ministro declarava que o Judiciário precisava conhecer melhor a realidade dos presídios, principalmente em relação às mulheres.

Audiência sobre sistema prisional

O sistema prisional brasileiro também foi o tema da mais recente audiência pública convocada pelo ministro Gilmar Mendes, realizada nos dias 14 e 15 deste mês. O debate foi convocado no âmbito do HC 165.704, do qual Mendes é relator, julgado pela 2ª turma da Corte em outubro de 2020.

O foco da discussão foi a amplitude e o cumprimento da decisão da 2ª turma que determinou a substituição da prisão cautelar por domiciliar dos pais e dos responsáveis por crianças menores de 12 anos e pessoas com deficiência, com base nos requisitos previstos no artigo 318 do CPP.

Entre os temas das audiências públicas convocadas pelo ministro Gilmar Mendes também figuram a coleta de material genético de condenados (RE 973.837, em 2017) e o controle de dados de usuários por provedores de internet sediados no exterior (ADC 51, em 2020), tema previsto na pauta de julgamentos do STF para este ano.

Próximo decano

Em julho, com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio, Gilmar Mendes se tornará o integrante mais antigo do STF, o decano.

Informações: STF.

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