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Direito Médico

MG deve custear tratamento de gestante e filho neonato

A mulher e o feto têm problemas de saúde (a gestante, tem trombofilia e o filho tem cardiopatia congênita crítica). Para o juiz que analisou o caso, cabe ao Poder Público adotar medidas que viabilizam o direito à saúde.

Da Redação

domingo, 9 de janeiro de 2022

Atualizado às 06:44

Estado de Minas Gerais deve custear procedimento e tratamento necessários a uma mãe e seu filho, que ainda não nasceu, por conta de problemas de saúde - a gestante tem quadro de trombofilia e o feto possui cardiopatia congênita. A decisão é do juiz de Direito plantonista Felipe Zanotto, de MG.

 (Imagem: PxHere)

Justiça determina que Estado custeie tratamento de gestante e recém-nascido. (Imagem: PxHere)

Após ser diagnosticada com trombofilia, uma gestante entrou com ação contra o Estado de Minas Gerais solicitando assistência médica para a prevenção de aborto e complicações venosas maternas na gestação. A mulher, sustentou, ainda, que o filho foi diagnosticado com cardiopatia congênita crítica e precisará passar por, no mínimo, três cirurgias complexas após seu nascimento para melhores condições de sobrevida.

Na Justiça, ela contou que já passou por esse mesmo problema anteriormente e que, mesmo passando por várias intervenções cirúrgicas, o filho faleceu com 41 dias de vida.

Risco de dano irreparável

Ao analisar o caso, o magistrado registrou que foi comprovado pela grávida o risco de dano irreparável a sua saúde e a de seu filho ainda em período de gestação. Desse modo, determinou que o Estado providencie o fornecimento prévio das guias de internação, exames, consultas ou quaisquer outros documentos necessários à efetivação do tratamento necessário à mulher e ao filho neonato.

"Diante da exposição dos fatos na inicial, somado ao conjunto probatório inicialmente produzido, tenho como configurado o risco de dano irreparável à requerente e ao nascituro, na medida em que o filho que espera apresenta complicações sérias de saúde."

Além disso, o juiz destacou que cumpre ao Poder Público adotar medidas que viabilizam o direito à saúde, fornecendo aos necessitados o tratamento necessário às anomalias e moléstias graves, sob pena de incorrer em gravíssima e intolerável omissão. 

O juiz registrou que, "diante do quadro de saúde comprometido, impõe-se a adoção de medidas sérias e imediatas na busca a assegurar o direito a vida, que é o maior direito constitucional tutelado". Desse modo, por cautela, deferiu a tutela de urgência solicitada. 

O advogado Matheus Coelho atuou pela gestante. 

O processo tramita em segredo de justiça. 

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