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Texto rechaçado

Especialista analisa fatores determinantes para rechaço no Chile

Professora Janaina Alexandra Capistrano da Costa explica contexto político do país e fatores que podem ter influenciado negativa da proposta.

Da Redação

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Atualizado em 8 de setembro de 2022 09:28

Ideias inovadoras, progressistas, e a propagação de fake news podem ter colaborado para a negativa, por parte da população chilena, sobre a proposta de nova Constituição. Assim avalia a professora Janaina Alexandra Capistrano da Costa, doutora em Ciências Sociais e especialista em história latino-americana.

Em 2020, os chilenos decidiram que a Constituição em vigor no país, herdada da ditadura de Augusto Pinochet, deveria ser substituída. Mas, no plebiscito realizado no último domingo, 4, o novo texto apresentado foi rechaçado com 61,86% dos votos.

Em entrevista ao Migalhas, a especialista explica que a atual conjuntura do país é complexa; que há um descontentamento da população, que vem desde os tempos de ditadura, e destaca quais pontos são considerados polêmicos na proposta colocada em votação, e que podem ter colaborado para a negativa ao novo texto, sobretudo porque o povo chileno tem um histórico ligado à cultura cristã.

Entre eles ela, destacam-se ideias progressistas, como o plurinacionalismo, que daria voz a povos originários; e o direito ao corpo e à sexualidade, que abriria uma brecha para a questão da interrupção da gravidez.

Na avaliação da professora, pode ter havido, ainda, influência das fake news, com sobrecarga de informações sobre estes pontos polêmicos.

Entenda:

Janaina Costa explica que há uma série de fatores relacionados aos atuais acontecimentos no país - como a baixíssima aprovação do atual governo, os altos índices de violência, a rejeição à migração estrangeira, e a inflação pela qual passa a economia Chilena. Para ela, vislumbra-se um "mal-estar" do povo chileno, não contra este governo, mas em uma trajetória que vem desde a ditadura.

Mudança necessária

Na opinião da professora, o país sabe muito bem o que não quer, mas tem dificuldade de entender o que busca. Em sua opinião, seria mais positiva a aprovação da Carta, para que depois fosse reformada, do que a manutenção da atual Constituição.

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