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Assistência judiciária

OAB e DPU prestam assistência a venezuelanas citadas por Bolsonaro

Entidades prestaram auxílio esclarecendo os direitos das imigrantes quanto à proteção da imagem e integridades física e psicológica.

Da Redação

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Atualizado às 15:02

As OAB, a DPU e a DP/DF informaram que têm prestado assistência jurídica integral e gratuita às imigrantes venezuelanas citadas por Bolsonaro em vídeo que diz que "pintou um clima" e que as meninas estavam se arrumando para "ganhar a vida". As instituições deram início ao atendimento em 16 de outubro.

Um dia depois do início do atendimento, foi prestado auxílio presencial, quando foram esclarecidos os direitos das imigrantes quanto à proteção da imagem e integridades física e psicológica.

Na ocasião, as entidades prestaram assistência às imigrantes e as acompanharam até o local onde ocorreu o diálogo com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, oriundo de um pedido do presidente Jair Bolsonaro.

O encontro foi aceito pelas imigrantes e aconteceu sem registro de imagem ou voz, como medida de proteção. No entanto, os membros das entidades não acompanharam o diálogo.

"As entidades manterão o acompanhamento e proteção das imigrantes venezuelanas de forma continuada, com adoção de demais medidas necessárias e pedidos de informações junto às instituições responsáveis, em atenção ao grupo, que se encontra em situação de vulnerabilidade em região administrativa do Distrito Federal."

A presidente da comissão nacional de Direitos Humanos do CFOAB, Sílvia Virgínia Silva Souza, ressaltou que o trabalho conjunto das instituições que assinam essa nota é, sobretudo, no sentido de garantir a proteção, segurança e direitos das assistidas.

"O Brasil referência mundial em razão da nossa lei de migração aprovada em 2016 e a população imigrante que busca no Brasil uma oportunidade de refazer suas vidas, devem ter seus direitos e sua condição respeitada."

Relembre

Durante entrevista a um podcast na última semana, Bolsonaro contou um episódio que vivenciou em um passeio de moto. Ao dizer que viu meninas, "de 14, 15 anos" em uma esquina, "tirou o capacete" e "pintou um clima". 

Bolsonaro disse que voltou e pediu para entrar na casa das venezuelanas, e que elas estavam se arrumando para "ganhar a vida".

"Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto, parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida."

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