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Separação de Poderes

TJ/RJ suspende lei municipal que criou festa junina de escolas

Órgão Especial do Tribunal considerou que Legislativo não pode propor dever ao município sem deliberação do Executivo.

Da Redação

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Atualizado às 14:38

O Órgão Especial do TJ/RJ, suspendeu, liminarmente, uma lei municipal de Barra do Piraí/RJ, que institui no calendário da cidade a Festa Junina Anual das escolas da rede pública de ensino. O magistrado considerou vício de iniciativa por parte do Legislativo, e inobservância da separação de Poderes, com usurpação de competência do Executivo.

 (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

TJ/RJ suspende lei municipal que criava festa junina anual de escolas públicas.(Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Trata-se de representação de inconstitucionalidade contra a lei municipal 3.628/22. Por iniciativa parlamentar, a lei incluiu no calendário a festa junina anual das escolas da rede municipal, e determinou que a festividade seja realizada na Praça Nilo Peçanha.

O relator, desembargador Carlos Santos de Oliveira, considerou que a referida lei cria atribuição a órgãos da Administração Pública, em especial o quadro da secretaria municipal de educação, sem a necessária deliberação pelos gestores municipais, denotando vício de iniciativa.

Ele ainda destacou que a lei especifica o local de realização da festividade, o que dependeria de autorização do Executivo, não reservando à Administração a indicação do local e a forma de funcionamento do espaço, conforme juízo de conveniência e oportunidade do gestor.

"Ao prever a realização da festa em local público, bem como a atuação das escolas municipais ao dispor que poderão montar e explorar barraca no espaço destinado à quermesse, disciplinou atos de gestão do Poder Executivo, pois consubstanciou funcionamento de órgãos do executivo sem passar pelo crivo do gestor municipal."

Reputou existente, portanto, o perigo da demora "considerando que a indevida ingerência sobre atos de gestão pode prejudicar o atendimento, pelo Poder Executivo, de políticas públicas estabelecidas pela Constituição Federal".

O relator foi acompanhado pelos demais membros do colegiado, e a cautelar foi deferida para suspender os efeitos da citada lei.

Leia a decisão.

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