MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Família de Carlos Lamarca é indenizada pela Comissão de Anistia do MJ

Família de Carlos Lamarca é indenizada pela Comissão de Anistia do MJ

Da Redação

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Atualizado às 09:43


Pensão

Família de Carlos Lamarca é indenizada pela Comissão de Anistia do MJ

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu anistia política ao saudoso capitão Carlos Lamarca, em sessão realizada na manhã de ontem. A viúva de Lamarca, Maria Pavan Lamarca, receberá pensão relativa ao salário de general de brigada (cerca de R$ 12 mil), conforme o Ministério da Defesa. Se continuasse sua carreira militar, ele teria se aposentado como coronel, mas a legislação determina que os inativos recebem o valor referente a um posto acima na graduação militar. Lamarca morreu em 1971.

Maria e os filhos, César e Cláudia, também foram considerados anistiados. Os três receberão prestação única no valor de R$ 100 mil. A partir de agora, é preciso esperar um prazo de 30 dias - caso alguém queira entrar com recurso contra a decisão. Após este tempo, os processos seguem para o setor de finalização da Comissão. Em seguida, o ministro da Justiça, Tarso Genro, assina a portaria.

Os recursos para o pagamento da indenização a Carlos Lamarca partirão do Ministério da Defesa. Cláudia e os dois filhos vão receber pelo Ministério do Planejamento.

Lamarca já havia sido considerado anistiado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e pelo STJ. O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, considera que agora um ciclo está fechado. "Será a finalização da discussão em torno do nome dele. É o reconhecimento que faltava. Dentro das condições possíveis, acredito que a família foi contemplada", afirmou Abrão. A viúva de Lamarca recebia a pensão com os proventos de coronel. Agora, serão referentes a general de brigada.

Abrão explicou que a indenização dos filhos do capitão não foi dada pelos mesmos serem filhos do Lamarca. "Eles foram perseguidos, monitorados pela área de informações de alguns órgãos, como o extinto SNI", lembrou o presidente da Comissão de Anistia.

Com a clandestinidade de Lamarca, Maria e os dois filhos foram obrigados a ir para Cuba. Chegaram ao país em 1969 e só puderam voltar ao Brasil em 1979, quando os perseguidos políticos começaram a retornar ao país. Durante todo este período, foram monitorados por orgãos de segurança do regime militar, como mostraram os autos dos processos lidos hoje na sessão.

Emoção

Presente à sessão, Cláudia, hoje com 44 anos, afirmou que o ato marca um reconhecimento do erro, de que houveram excessos do Estado no caso de seu pai. "É com muita honra que vejo sua memória ser resgatada. É um momento valioso historicamente. Meu pai escolheu lutar pelos seus ideais", disse, bastante emocionada. De acordo com ela, a decisão fortalece o estado democrático.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, que abriu a sessão, a primeira desde que assumiu a pasta, reforçou as palavras de Cláudia. "Anistia não é esquecimento, não é perdão. É a afirmação de direitos", afirmou. Para ele, o momento é particular. "A democracia está se aprofundando. O Estado precisa reparar o que fez".

Genro disse ainda que as gerações futuras e atuais precisam saber o que aconteceu no país, anos atrás. "A memória da anistia é a afirmação democrática, a consolidação da democracia e da República", finalizou.

Vida nova

Os julgamentos de hoje marcaram a volta dos trabalhos da Comissão. A partir de agora, ela terá sessões duas vezes por semana, sempre quartas e quintas-feiras, em sete turmas de conselheiros. As sessões plenárias, onde recursos e pedidos de vista são apreciados, serão realizadas duas vezes por mês.

A meta do presidente da Comissão é agilizar os procedimentos para finalizar a pauta de julgamento nos próximos quatro anos. Criada em 2001, a Comissão já julgou cerca de 29 mil processos. Ainda faltam julgar outros 30 mil requerimentos.

__________________

Patrocínio

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

CCM Advocacia de Apoio
CCM Advocacia de Apoio

Escritório Carvalho Silva & Apoio Jurídico. Fundado na cidade de Marabá pela advogada Regiana de Carvalho Silva, atua com proposito de entregar para cada cliente uma advocacia diferenciada, eficaz e inovadora. Buscamos através do trabalho em equipe construir dia após dia uma relação solida...

FERNANDA DOS ANJOS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
FERNANDA DOS ANJOS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

Olá, meu nome é Fernanda dos Anjos. Meu escritório fica localizado em RJ/Niterói. Conto com o apoio de colaboradores e parceiros, o que possibilita uma atuação ampla e estratégica. Entre as atividades desempenhadas estão a elaboração de peças processuais, participação em audiências de...