MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Escritório sedia pré-lançamento do projeto Contratos Justos na Amazônia
Comunidades amazônicas

Escritório sedia pré-lançamento do projeto Contratos Justos na Amazônia

Iniciativa busca equidade em relações comerciais entre empresas e comunidades locais; apresentação será em outubro, em Manaus.

Da Redação

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Atualizado às 12:15

Com o objetivo de estabelecer acordos mais equilibrados e transparentes entre empresas e comunidades amazônicas, o projeto "Contratos Justos na Amazônia" propõe uma nova abordagem para as relações comerciais na região. A iniciativa, que teve seu pré-lançamento ontem (24/9) na sede do escritório Szazi, Bechara, Storto, Reicher e Figueirêdo Lopes Advogados, em SP, busca garantir que as negociações sejam compreensíveis, reduzam as assimetrias e gerem benefícios reais tanto para as pessoas impactadas pelo contrato quanto para o meio ambiente. 

Os sócios Paula Raccanello Storto, Erika Bechara, Lais de Figueirêdo Lopes, Aline Gonçalves Videira De Souza e Eduardo Szazi. (Imagem: Divulgação)

Os sócios Paula Raccanello Storto, Erika Bechara, Lais de Figueirêdo Lopes, Aline Gonçalves Videira De Souza e Eduardo Szazi.(Imagem: Divulgação)

O projeto entra agora em sua fase final. Ontem durante o evento, foram exibidos os resultados dos estudos de caso e a metodologia desenvolvida. Além disso, foi promovido um espaço de diálogo para a cocriação de estratégias de engajamento. Em outubro, ele será apresentado na "3ª edição do Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia", entre os dias 22 e 24, em Manaus, ampliando a visibilidade e implementação da iniciativa.

"Ao promover uma abordagem colaborativa, o projeto tem o potencial de se tornar um marco na construção de um modelo de negócios mais justos para a Amazônia, conectado com as demandas de justiça social e climática que enfrentamos enquanto sociedade", afirmou a coordenadora do projeto, a advogada Aline Souza, sócia do escritório SBSA. 

Recomendações práticas são a base do projeto "Contratos Justos", que tem o objetivo de desenvolver uma metodologia inovadora para que relações entre empresas, investidores e comunidades locais - incluindo indígenas, quilombolas e ribeirinhos - sejam mais equilibradas e compreensíveis. Com base em 10 estudos de caso, mais de 50 entrevistas e uma extensa revisão jurídica, o projeto estabeleceu três pilares fundamentais que norteiam sua metodologia: "Só é justo se der para entender", "Só é justo se diminuir assimetrias" e "Só é justo se melhorar a vida das pessoas e do meio ambiente". 

Esses princípios foram formulados para garantir que as partes estejam em situação na qual a negociação comercial possa se dar em bases mais equilibradas. Um exemplo disso é o movimento da Linguagem Simples no Direito, que tem como objetivo tornar os contratos mais acessíveis e compreensíveis, utilizando uma forma de expressão clara e objetiva. Em junho de 2023, foi aprovada a ISO de Linguagem Simples, que oferece orientações concretas para facilitar a compreensão de documentos jurídicos.

Durante o evento, na manhã desta terça-feira, representantes de instituições e comunidades que lidam com a questão apresentaram suas experiências e iniciativas que buscam negociações éticas, justas e responsáveis. O advogado Paulo Pankararu, que atua com povos indígenas; Luiz Brasi Filho, da Imaflora; e Talia Manceira Bonfante e Luiza Viana, da GIZ, debateram conceitos e compartilharam exemplos que demonstram avanços no setor e que apresentam caminhos do que ainda precisa ser conquistado. "Problemas complexos pedem soluções em rede. Nossa proposta é aliar produção com conservação da floresta em pé" - explicou Luiz Brasi Filho durante sua exposição.

Na segunda parte do evento, durante a tarde, cerca de 50 investidores e empreendedores de impacto assistiram à apresentação sobre todo o processo de elaboração do projeto: de como surgiu a ideia inicial às conclusões finais. A metodologia foi explicitada, assim como os princípios que embasaram a iniciativa. Os participantes se dividiram ainda em grupos para discutir estratégias para que os princípios e as diretrizes sejam implementados, identificando pontos que podem ajudar a adoção das práticas de contratos justos, equilibrados, por empresas e comunidades.  "A conversa e as trocas que tivemos hoje neste pré-lançamento nos mostraram que precisamos sensibilizar a área jurídica para conseguirmos contratos equilibrados em formatos mais simples e justos. Sensibilizando os advogados, conseguiremos chegar aos clientes e estabelecer um cenário mais simétrico", defendeu a advogada Erika Bechara, Doutora e Mestre em Direito Ambiental e sócia do escritório SBSA.

Liderado pelo escritório SBSA Advogados, o projeto conta com o apoio da Porticus e de um conselho consultivo que inclui pessoas ligadas a organizações como Instituto Arapyaú, IPAM, Imaflora - Origens Brasil, Fundo DEMA-FASE, Instituto Conexsus, MOV Investimentos, Partnerships for Forests, IDESAM, Instituto Guayí Ventures e Memorial Chico Mendes. Essas instituições compartilham o compromisso de promover práticas comerciais mais justas e de melhorar as condições de vida das populações amazônicas. "As empresas precisam compreender que elas têm um relevante papel na sociedade, no país. Não se pode pensar meramente na questão econômica. O mundo hoje exige novos procedimentos, nova postura", afirma o advogado Paulo Pankararu, consultor do projeto.

Szazi, Bechara, Storto, Reicher e Figueirêdo Lopes Advogados

Patrocínio

CCM Advocacia de Apoio
CCM Advocacia de Apoio

Escritório Carvalho Silva & Apoio Jurídico. Fundado na cidade de Marabá pela advogada Regiana de Carvalho Silva, atua com proposito de entregar para cada cliente uma advocacia diferenciada, eficaz e inovadora. Buscamos através do trabalho em equipe construir dia após dia uma relação solida...

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA