IA muda o papel do estagiário e permite novas habilidades profissionais
Para sócios e estudantes, Inteligência Artificial será capaz de liberar os estagiários de tarefas mecânicas e permitir que eles aprendam funções mais técnicas e aprofundadas.
Da Redação
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Atualizado em 29 de maio de 2025 07:09
Nos últimos anos, a tecnologia tem transformado diversos setores da sociedade, e o mundo jurídico não é exceção. Uma das tendências mais discutidas atualmente é a possível substituição do estagiário por sistemas de inteligência artificial (IA), uma inovação que promete alterar profundamente as rotinas e a formação dos futuros profissionais do Direito.
Especialistas destacam que a implementação de IA pode liberar os estagiários de tarefas mecânicas, permitindo que eles se concentrem em atividades que exijam maior análise crítica, como a estratégia processual e a elaboração de defesas complexas. Contudo, há preocupações sobre a substituição completa da figura do estagiário, especialmente no que tange ao desenvolvimento de habilidades práticas, ética profissional e julgamento humano, essenciais na atuação jurídica.
De acordo com Ricardo Gaillard, sócio do Cescon Barrieu Advogados, a inteligência artificial no escritório já substitui muitas funções que o estagiário faz. Porém, ele entende que ainda é cedo para dizer que é o fim dessa função. "O que a gente tem que treinar nos estagiários e no corpo jurídico em formação é como usar o melhor da inteligência artificial a favor do cliente", afirma.
Ferramentas baseadas em IA já vêm sendo utilizadas para análise de documentos, revisão de contratos, pesquisa jurídica e até mesmo na elaboração de pareceres iniciais. Essas soluções oferecem maior agilidade, precisão e economia de recursos, reduzindo o tempo destinado às tarefas mais repetitivas e burocráticas.
Para Fabio de Almeida Braga, sócio do Demarest Advogados, é importante revisar essas informações trazidas pela inteligência artificial e complementar as pesquisas com a bagagem dos trabalhos realizados, os estudos e o conhecimento empírico do profissional. "Acho que a gente tem que buscar uma integração entre o repositório de experiências que a gente tem no dia a dia com aquilo que a inteligência artificial oferece".
Para o aluno da Universidade Federal de Lavras, Gustavo Miranda, a IA permite que o aluno desenvolva outras habilidades, como estudar os casos mais a fundo. "A partir da IA é possível escrever em tópicos o que aconteceu. Isso dá uma redação dos fatos e sobra mais tempo e disposição para estudar dentro da argumentação".
Já Bianca Litis, da UERJ, acredita que "o papel do estagiário passa a ser cada vez mais técnico e de confiança da equipe de gestores."




