Advogado destaca potencial do Brasil no mercado de carbono
Segundo Luiz Gustavo Bezerra, sócio do Tauil & Chequer Advogados, soluções baseadas na natureza e tecnologias de captura de carbono podem posicionar o Brasil como potência global da bioeconomia.
Da Redação
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Atualizado às 12:35
O Brasil chega à COP30 com a oportunidade de se consolidar como líder global em bioeconomia e regulação climática, combinando inovação tecnológica com soluções baseadas na natureza (NbS). Para o advogado Luiz Gustavo Bezerra, sócio de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Tauil & Chequer Advogados, o país reúne condições estratégicas para avançar em duas frentes complementares: a captura e armazenamento de carbono (CCS), essencial para setores de difícil descarbonização como cimento e siderurgia, e o fortalecimento de NbS como reflorestamento e restauração de biomas.
Com extensas reservas geológicas, matriz energética limpa e expertise acumulada pelo setor de petróleo e gás, que já reinjetou mais de 67 milhões de toneladas de CO2 no pré-sal, o Brasil tem credenciais únicas para alavancar a descarbonização industrial.
Ao mesmo tempo, a regulamentação do SBCE - Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, prevista até o fim da década, pode destravar um mercado de carbono bilionário, gerando incentivos para que empresas invistam em inovação, segurança jurídica e integração a cadeias globais mais sustentáveis.
A sinergia entre CCS e NbS será um dos eixos centrais do debate em Belém, refletindo o potencial brasileiro de unir ciência, tecnologia e biodiversidade para criar um modelo híbrido de neutralidade climática.
"Estamos falando de um tripé regulatório, tecnológico e ambiental que pode transformar o Brasil em protagonista da bioeconomia global, desde que haja clareza normativa e engajamento coordenado entre União, estados, municípios e setor privado", destaca Bezerra.





