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Ofensas

Ministro do TST rebate advogado que falou em conluio: "É preciso saber perder"

Durante sessão da 5ª turma do TST, ministro Douglas Alencar Rodrigues reagiu a falas consideradas ofensivas de advogado que questionou a redução de indenização à família de vítima da tragédia de Brumadinho.

Da Redação

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Atualizado às 15:24

A sessão da 5ª Turma do TST desta semana foi marcada por momento de tensão entre um advogado e os ministros da Corte.

Ao sustentar oralmente em um processo que tratava da indenização de familiares de uma vítima do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), o advogado criticou duramente a decisão que reduziu o valor indenizatório fixado à família.

Durante sua fala, o profissional afirmou que "a Vale está sendo beneficiada com toda a venda" e insinuou que haveria "conluio dentro da Justiça" na definição dos valores indenizatórios.

"Desde o início, em 2019, foi ofertado 500 mil reais para a família e eles não quiseram. Agora, com toda a venda, o tribunal passa para 500 mil reais", disse, acrescentando que "ninguém fica rico através da morte de um filho".

As declarações provocaram reação imediata do ministro Douglas Alencar Rodrigues, que destacou a importância da advocacia, mas advertiu sobre os limites éticos do exercício da profissão.

"Os advogados cumprem uma função pública muito importante, são indispensáveis à administração da Justiça, mas há alguns limites que precisam ser observados, inclusive o uso de linguagem ofensiva", afirmou o ministro.

O ministro também rebateu as acusações de suposto conluio.

"Essas informações de que houve conluio com a Justiça são alegações levianas, indignas e ofensivas a este tribunal. Não há qualquer tipo de mácula ou nódoa ao debate. As decisões são públicas, e os advogados podem recorrer", declarou.

O ministro ressaltou ainda que o TST lida com mais de 600 mil processos, o que contribui para a morosidade nas decisões, mas defendeu que o Tribunal cumpre o dever constitucional de fundamentar suas decisões.

"É preciso saber perder, saber sucumbir, porque nós não temos sempre razão. O voto está fundamentado, concorde ou não, aceite ou não a decisão", concluiu.

O ministro Breno Medeiros também se manifestou, lamentando o episódio e reforçando a crítica às declarações do advogado.

"Nós temos que ser objetivos e colocar as matérias dentro dos limites do direito. O advogado desbordou ao fazer afirmações levianas para com esta Justiça", disse.

Contexto

O caso discutido envolve o valor da indenização devida à família de uma das vítimas do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale S.A., ocorrido em Brumadinho (MG), em 2019. A tragédia deixou 272 mortos e é considerada o maior desastre laboral e ambiental da história da mineração no país.

A 5ª Turma do TST, ao julgar o recurso, reduziu o valor indenizatório fixado nas instâncias inferiores, decisão que motivou a reação do advogado durante a sustentação oral.

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