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Operação Lince - Ex-delegados são condenados por corrupção em Ribeirão Preto/SP

Da Redação

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Atualizado às 07:14


Operação Lince

Ex-delegados são condenados por corrupção em Ribeirão Preto/SP

A 4ª Vara Federal de Ribeirão Preto/SP condenou os ex-delegados da Polícia Federal Wilson Alfredo Perpétuo e José Bocamino, o médico Tomas Yung Joon Kim e a psicóloga Rosângela Papa Marchi, por corrupção e uso de atestado falso, crimes descobertos pela Operação Lince, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2004.

Os condenados foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo em julho de 2004, logo após a Operação Lince, que teve por objetivo combater a corrupção entre policiais federais de Ribeirão Preto.

O delegado Perpétuo está preso desde então, cumprindo pena por várias outras condenações. O delegado Bocamino ficou preso preventivamente até janeiro deste ano. Já o médico Kim e a psicóloga Marchi responderão ao processo em liberdade.

Segundo a PGR, a sentença acolhe parcialmente a acusação de que os policiais trocavam favores com o médico, sendo que, por parte de Perpétuo e Bocamino, tais favores eram pagos com abuso de seus cargos de delegado, o que configura corrupção.

Ficou provado, segundo a PGR, que Kim emitiu dois atestados médicos falsos afirmando que a psicóloga Marchi precisaria ausentar-se do trabalho. Tais atestados foram solicitados ao médico por Perpétuo, a pedido de Marchi. Já em favor de Bocamino, Kim deu emprego em sua clínica à namorada do filho do delegado.

Segundo a PGR, em troca desses dois favores (sendo que o segundo não configura crime), os delegados forneceram ao médico, sem a observância das formalidades legais, um porte de arma de fogo e uma autorização para transporte de arma de fogo.

As conversas telefônicas em que os réus combinam as trocas de favores foram gravadas com autorização judicial, informa a Procuradoria. Kim, em audiência, admitiu serem sua e dos delegados as vozes gravadas. Além disso, foram encontrados o porte, a autorização para transporte de arma e os dois atestados falsos.

Perpétuo e Bocamino foram condenados por corrupção passiva; Kim, por corrupção ativa; Perpétuo e o médico, por emissão de atestado falso; e Marchi, por uso de atestado falso. Por outro lado, Perpétuo foi absolvido do uso do atestado falso.

As somas das penas de cada acusado foram as seguintes: Perpétuo: cinco anos e dez meses de reclusão e nove meses e dez dias de detenção (regime inicial fechado); Bocamino: cinco anos de reclusão (regime inicial fechado); Kim, seis anos de reclusão e sete meses de detenção (regime inicial fechado); e Marchi, sete meses de detenção (regime aberto).

Com exceção de Perpétuo, os demais condenados poderão recorrer em liberdade. O Ministério Público Federal recorrerá para aumentar as penas e para condenar Perpétuo por uso de atestado falso.

Esta é a oitava condenação do ex-delegado Perpétuo em primeira instância e a terceira de Bocamino.

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