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Petrobras e China

Estatal pretende exportar US$ 450 milhões para a China

Da Redação

quarta-feira, 19 de maio de 2004

Atualizado às 11:46



Petrobrás e China: exportações e aliança




O setor econômico da China vem crescendo significativamente, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês anda na casa dos 9%. O setor de petróleo também cresce, no primeiro trimestre deste ano, as importações aumentaram 35,7% sobre o mesmo período de 2003.

Aproveitando este crescimento, a Petrobrás vai apostar nas exportações de petróleo para a China e vai firmar uma aliança estratégica com a estatal chinesa Sinopec, que será assinada durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim e Xangai.

As previsões da estatal brasileira para este ano é de exportar 17 milhões de barris de petróleo, o equivalente a cerca de US$ 450 milhões. No ano passado foram apenas U$ 23 milhões vendidos. De janeiro até o início de abril, a Petrobrás já vendeu 3 milhões de barris de óleo marlim - pesado - para os chineses, com uma receita de US$ 90 milhões.

Segundo o gerente-executivo de abastecimento internacional da estatal, Abilio Ramos, "a China tem potencial para absorver 20% das exportações da Petrobras este ano".

Atualmente, a China importa mais de 2 milhões de barris por dia do mundo, 80% vendidos pelo Oriente Médio. Para Ramos, a produção de petróleo na China está estagnada e a Petrobras passou a ser uma importante exportadora mundial do barril do marlim para a região asiática. Entre os clientes da Petrobras, além da Sinopec, estão outras estatais chinesas, como a PetroChina.

A Petrobras e a Sinopec já assinaram um acordo de intenção de aliança estratégica. A aliança será firmada durante a visita de Lula, junto com a inauguração do escritório de representação da Petrobras em Pequim.

Ramos informou que a aliança envolverá quatro áreas de interesse. A primeira, a pedido dos chineses, é o suprimento de petróleo para a Sinopec. As duas empresas também poderão explorar e produzir petróleo em conjunto, em qualquer lugar do mundo, dependendo da oportunidade. Não será criada uma joint venture para isso. O resultado da aliança serão projetos específicos. O executivo informou ainda que já existem conversas sobre áreas de interesse comum.

A aliança também prevê uma cooperação técnica entre os centros de pesquisas das duas empresas, nos segmentos de exploração e produção, refino, petroquímica e fertilizantes. As duas empresas poderão reduzir custos de seus projetos. No segmento de centrais petroquímicas, por exemplo, Ramos explicou que a Petrobras tem tecnologia de área fria (compressão e separação dos produtos), enquanto a Sinopec domina a área quente (reações químicas, ou craqueamento térmico).

"A aproximação entre os dois países é de mão dupla. Também é para os chineses virem para cá", finalizou Ramos.

As linhas gerais da aliança estratégica já haviam sido traçadas. Na semana passada, um grupo da Petrobras foi à China para detalhar mais as oportunidades de parceria, inclusive em um item que não estava previsto no acordo de intenções: gás e energia.

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