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Justiça recebe hoje ação por prática de racismo contra funcionários e taxistas do Shopping Ibirapuera

Da Redação

quarta-feira, 26 de março de 2008

Atualizado às 09:26


Discriminação

Justiça recebe hoje ação por racismo contra funcionários e taxistas do Shopping Ibirapuera

Hoje, às 14h, o advogado conselheiro da OAB/SP e ex-Secretário Estadual de Justiça e Cidadania, Hédio Silva Júnior, ingressa com uma representação criminal junto à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Rua Brigadeiro Tobias, 527 - 3º andar) contra funcionários e taxistas do Shopping Ibirapuera por prática de racismo.

O fato aconteceu no dia 1º de março, o pastor da Igreja Batista, Marco Davi, de 42 anos, acompanhado da família, mulher e dois filhos, inclusive um de 11 anos em cadeira de rodas, foi ao Shopping Ibirapuera comprar material escolar. Ao notar que tinha esquecido seu cartão de crédito, resolveu deixar a família na livraria e retornar à casa de táxi. No entanto, ao se dirigir ao ponto, um segurança do shopping alertado por um vendedor da loja passou um rádio para os taxistas, informando que ele era "suspeito", sem qualquer razão aparente.

"Qualquer cidadão pode esquecer seu cartão de crédito. E se eu fosse fazer algo criminoso não estaria com uma criança em cadeira de rodas comigo", comentou o pastor, lembrando que 4 taxistas se negaram a levá-lo até sua residência. "Fui tratado como um criminoso", ressalta.

Para Hédio Silva Júnior, os funcionários e taxistas do Shopping Ibirapuera praticaram crime de racismo. "A discriminação fere a dignidade e abala a auto-estima do indivíduo discriminado de forma cruel. Racismo é crime e deve-se denunciar este tipo de intolerância", diz Hédio, ponderando que como afirmava Martin Luther King, a lei não irá acabar com o preconceito, mas irá obrigar os preconceituosos a respeitarem todos os cidadãos, independente de raça, cor, sexo religião etc.

Posteriormente, Hédio também ingressará com mais três ações. Uma no Procon, baseada no direito do consumidor; uma segunda na Prefeitura com base em lei municipal que prevê a cassação do alvará de funcionamento de estabelecimento comercial acusado de discriminação racial e, por último, uma ação indenizatória contra o Shopping Ibirapuera.

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