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Protógenes pode ficar na Satiagraha se desistir de curso, segundo PF

Policia Federal divulgou nesta quinta-feira, 17/7, trechos da gravação feita durante a reunião em que foi decidida a saída do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagaha. Os trechos foram selecionados pela PF porque a reunião de três horas que aconteceu na sede da PF de São Paulo no início da semana teria tratado de temas sigilosos.

Da Redação

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Atualizado às 08:39


Operação Satiagraha

Protógenes pode ficar na Satiagraha se desistir de curso, segundo PF

A PF divulgou ontem, 17/7, trechos da gravação feita durante a reunião em que foi decidida a saída do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagraha. Os trechos foram selecionados pela PF porque a reunião de três horas que aconteceu na sede da PF de São Paulo no início da semana teria tratado de temas sigilosos.

A TV Globo teve acesso a uma parte da gravação em que o delegado propõe acumular a condução do inquérito com o curso na academia de polícia, de segunda a sábado em tempo integral durante um mês.

Protógenes tomaria os depoimentos nos fins de semana. Segundo a PF o curso é de dedicação integral, e por isso não houve acordo. A TV Globo apurou que se o delegado desistir do curso, a PF o deixará continuar no inquérito.

Trechos

Nos três trechos da reunião ouvidos pelo G1 (clique aqui), o delegado Protógenes explica aos colegas a divisão do inquérito em três partes e manifesta a intenção de concluir um deles até sexta-feira, 18/7. Ele admite repassar para os colegas o restante da investigação devido ao curso de qualificação profissional que começa na próxima semana.

Ele afirma ainda que não deseja voltar à presidência do inquérito após o término do seu curso, que dura um mês. "Depois da academia eu não pretendo, fico até o final da operação. Sei que criei um problema pros meus colegas delegados, problema pra vocês também. Minha proposta é permanecer até o final deste trabalho para não ficar aquela pecha de que Brasília vem fazer as operações nos estados e deixa no meio do caminho. As minhas nunca ficaram, a exemplo dessa, não vai. Não pretendo presidir nenhuma investigação. Ficarei em um apoio dos trabalhos, coletando dados, analisando."

Neste momento, o diretor Roberto Troncon questiona: "Se você concluir antes tudo bem, se não conseguir, dentro da melhor técnica..." O delegado Protógenes então afirma: "Aí distribui para os colegas".

Em outro trecho, Protógenes admite falhas na Operação, sobretudo pela presença da imprensa em algumas das prisões. "São erros que a gente está corrigindo para nos policiar. Houve a presença da imprensa aqui em São Paulo. Falhou, quem falhou? Queiroz falhou porque o dr. Troncon me depositou e eu firmei compromisso com ele, mas falhou ao meu controle".

Divulgação

A divulgação da fita foi discutida em uma reunião esta manhã entre o presidente Lula, o ministro da Justiça Tarso genro, e o diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Romero Menezes.

Com a divulgação, Lula queria acabar com insinuações de que o delegado teria sido obrigado pela cúpula da PF a deixar o cargo.

Lula reclama

Na quarta-feira, 16/7, Lula disse que o delegado Protógenes Queiroz deveria continuar no comando das investigações da Operação Satiagraha. "Quem contou essa mentira que eles [os delegados] foram pressionados [para sair] eu espero que amanhã ou depois de amanhã divulgue [a verdade]. Primeiro, porque eu sou talvez o mais fervoroso defensor do trabalho da Polícia Federal, porque eu acho que ela é garantia para o combate à corrupção, ao narcotráfico e ao crime organizado neste País. Segundo, eu estranhei a notícia e já conversei com o ministro Tarso Genro [Justiça] e acho que esse delegado tem que ficar no caso", disse Lula ao sair de cerimônia no Palácio do Planalto.

O presidente disse que Queiroz não pode sair do comando da Operação Satiagraha depois de tantos anos de investigação. "Esse cidadão não pode, depois de fazer uma investigação de quase quatro anos e de apurar e de fazer todas as coisas que foram feitas no processo, na hora de finalizar o relatório, dizer: eu vou fazer meu curso. E ainda dar vazão para insinuações de que ele foi tirado", salientou Lula.

Forçados

O presidente estava irritado com as insinuações de que Queiroz e os outros dois delegados, Carlos Eduardo Pellegrini Magro e Karina Murakami Souza, foram forçados pelo governo a deixar o caso.

"O que não pode é passar insinuações. A Polícia Federal deve estar nesse instante divulgando uma nota de uma reunião que ele participou, que foi gravada com o consenso de todo mundo, em que ele pede para sair. E depois vende a idéia de que ele foi afastado. É, no mínimo, uma atuação de má-fé, eu não sei se ele falou ou não [que foi afastado]. Eu li na imprensa que tinha acontecido. Portanto, moralmente ele tem que ficar nesse processo até terminar esse relatório, ou que ele diga de livre e espontânea vontade que não quer", criticou Lula.

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Fonte : G1

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