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Comunidade jurídica se despede do Ministro Menezes Direito

A cerimônia de despedida do ministro Carlos Alberto Menezes Direito recebeu a presença de diversas pessoas ilustres que conviveram com o ministro ao longo de sua carreira. Veja depoimentos de algumas autoridades que passaram pelo velório do ministro.

Da Redação

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Atualizado às 07:28


Menezes Direito

Comunidade jurídica se despede do Ministro Menezes Direito

Veja abaixo as homenagens dos migalheiros e de toda comunidade jurídica.

"O desaparecimento do Ministro do STF Carlos Alberto Menezes Direito é uma perda irreparável, deixando lacuna impreenchível, com seu talento e brilho incomuns tanto no STJ, e no STF, na sua breve passagem, mas memorável, será lembrado sempre pelo espírito de vigor e conhecimento técnico insuplantáveis, a justiça enlutada perde um grande homem".

Carlos Henrique Abrão

"Nossas condolências aos familiares do saudoso Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que jamais será esquecido pelo brilhante - e inigualável - voto que deu em favor da vida dos embriões humanos e do homem em todas as suas fases, na famosa ADin que discutiu questões envolvendo as células-tronco embrionárias. Pelas cerca de três horas do voto em defesa da vida naquela ocasião, em que sobrevivia como ovelha entre lobos, que Jesus Cristo abençoe sua família e possa recebê-lo, por misericórdia, no Céu."

Dávio Antonio Prado Zarzana Júnior

"Leio minha recente colaboração nas Migalhas, a propósito do foro privilegiado. Falece, então, meu velho amigo Carlos Alberto Menezes Direito, que até nos apelidos o foi, pelo menos desde que o conheci, quando ele contava algo como trinta anos de idade e exercia a responsabilidade de conselheiro e sendo eu encarregado do Órgão de Divulgação da OAB/RJ. Graduado pela PUC/RJ, o então jovem conselheiro se destacava pela diligência e acerto jurídico com que desempenhava seu 'munus', sem perceber, como se sabe, qualquer remuneração, e sem prejuízo de sua advocacia. Galgou o alto posto de Ministro do Eg. STJ, cujo brilhante exercício o credenciaria para ascender à Suprema Corte. Desaparece o brilhante homem publico, que há de ser biografado por quem lhe tenha o privilégio de mais atributos, não bastassem esses a que me refiro nesta despretensiosa nota. 'Requiescat in pace, Carole!'".

Antônio Carlos de Martins Mello

"É uma perda não só para o Supremo, mas para toda a nação brasileira. O ministro Menezes Direito era altamente conhecedor da legislação brasileira e da realidade social. Era um teórico, um juiz, um magistrado, uma pessoa de convicções muito firmes que fará falta ao STF, a mais alta corte do país e a toda a nação. Era impressionante como Sua Excelência, quando relatava um processo, muitas vezes conhecia mais do processo do que nós mesmos, os advogados que atuavam na causa. Conhecia página por página, era capaz de relatar processos de vários volumes de cabeça sem ler o relatório. Uma pessoa que realmente era, na área jurídica um gênio. É uma falta muito grande que fará porque além de todas essas qualidades ele também era um grande mestre, um grande conciliador na relação social com todos os setores da sociedade brasileira. O ministro Menezes Direito, sem dúvida nenhuma, marcou nesses dois anos o Supremo com questões das mais relevantes como na matéria relativa a células tronco, como na matéria relativa à demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol entre tantos outros casos em que a Advocacia Geral da União atuou. Sua Excelência, sem dúvida nenhuma, fará muita falta ao país, à nação, ao STF e a nós que éramos seus amigos".

Jose Antonio Dias Toffoli - Advogado Geral da União

"Sobretudo, ele era um humanista. E como humanista ele era um grande juiz. A decisão que ele tomou, associado ao ministro [Carlos Ayres] Britto no caso da Raposa Serra do Sol é um exemplo retumbante de uma vida pública no âmbito do Judiciário. Aquela decisão vai marcar o país para o resto de sua história. Então é uma perda muito forte para o Poder Judiciário, para o Estado brasileiro, para o direito e para o humanismo moderno porque ele era um homem que costumava se pautar sempre a partir de casos concretos que resolvia por uma visão humanista e não posturas ideológicas ou políticas que pudessem distorcer o raciocínio jurídico e levar as decisões a fundamentos inexplicáveis. A perda é irreparável para o Supremo. É um ministro que no curto espaço de tempo honrou a sua toga e dignificou o direito e a Justiça em nosso país".

Tarso Genro - ministro da Justiça

"O mundo do direito perde um profissional competente, de uma exação ímpar e de extrema probidade. Um homem muito dedicado a sua função, conhecedor profundo da jurisprudência dos tribunais em que atuava e que visava exatamente uniformizar essa jurisprudência. Era um magnífico chefe de família, preocupado desde o filho mais velho até o neto mais novo. Deixa uma família muito bem construída, pessoas tão queridas quanto ele foi. De sorte que perde o universo jurídico e perde o universo humano também".

Luiz Fux - ministro do STJ

"Entre muitas outras coisas, o que eu recordo bem é que o ministro Menezes Direito, a partir de um exame extremamente minucioso dos autos, ele sempre proferia julgamentos em que abordava absolutamente todos os múltiplos aspectos da questão. Ele não deixava nada, absolutamente nada sem ser enfrentado. Ele aliava esse estudo meticuloso dos autos com evidentemente o domínio da doutrina e da jurisprudência. Especificamente para o Ministério Público, que sempre teve no ministro Direito alguém que era um defensor aguerrido de algumas das teses do Ministério Público. Portanto, o MP perde um grande aliado que sempre apoiou as lutas do Ministério Público, muito especialmente a luta do Ministério Público pela efetividade da tutela penal. É uma grande perda, não apenas para o Judiciário mas também para o MP".

Roberto Gurgel - procurador-geral da República

"Convivi quase dez anos com o ministro Direito e ele foi um juiz excepcional, talvez um dos mais brilhantes e inteligentes que tenham passado pelo STJ, preocupado com a magistratura, preocupado com a sociedade e vai deixar muita saudade para nós, do STJ. A sua passagem pelo Supremo, mesmo que meteórica, deixou a sua marca. A magistratura hoje tem, evidentemente, um sentimento de perda muito grande, mas nós sabemos que ele está olhando por todos nós".

Gilson Dipp - ministro do STJ

"Deixou um rastro luminoso. Foi um grande desembargador no TJ/RJ, foi excepcional ministro no STJ, autor de muitas teses que hoje estão consagradas na jurisprudência nacional. Uma passagem também extraordinária no STF. Foi um professor cujas lições estão sendo hoje adotadas por muitos que estão na magistratura, na advocacia, no Ministério Público, nas salas de aula ensinando nas defensorias públicas, além de ser um homem de formação cristã sólida, dedicado à família, muito aplicado e que deixa uma saudade muito grande para todos nós. Uma lição a ser seguida. Para mim, particularmente, uma perda imensa porque éramos grandes amigos".

Cesar Asfor Rocha - ministro do STJ

"Sr. diretor, alio-me às condolências aos familiares do saudoso Ministro Carlos Alberto Menezes Direito (Migalhas 2.218 - 2/9/09 - "Preitos de saudade" - clique aqui). Preocupei-me, sem dúvida, quando ele levou para casa o processo que discutia as células-tronco. Disse a mídia que ele era católico e, como tal, deveria discordar da aplicação. Disse-o então, em Migalhas, que não concordava, pois religião nada tinha com o STF, pois que estamos num País laico, e se fosse elevado para impor dogmas religiosos, deveria ser afastado. Ele deu-me a sábia reposta: concordou com a Ciência e tomara tenhamos substituto à altura, que não envolva teses religiosas ou políticas com a Justiça. Ele o fez. Curvo-me à sua sabedoria e lamento imensamente sua perda."

Olavo Príncipe Credidio - OAB/SP 56.299

"Me arrepiava ao presenciar um julgamento na TV Justiça, em que Ministro era relator do processo, sentia orgulho de termos um homem de tão elevado saber jurídico no STF (Migalhas 2.218 - 2/9/09 - "Preitos de saudade" - clique aqui). Não foi por a caso que galgou o alto posto de Ministro das duas maiores Cortes da República. Só tenho que prestar minhas condolências aos familiares e dizer que a comunidade jurídica estar de luto profundo, com o desaparecimento do Ministro Menezes Direito".

Lucio de Moura Leite

"Amado diretor, 1) José Guilherme Villela foi um ser humano especial. Advogado brilhante e homem afável e de ótima convivência, era querido e respeitado por colegas e magistrados. Seu brutal assassinato chocou o imenso grupo de seus amigos e admiradores. Na advocacia, fez de tudo, foi um gigante, patrocinando centenas de causas importantíssimas. Como acontece com a maioria dos bons advogados de Brasília, teve uma passagem pelo TSE. Para a imprensa, contudo, não era mais que 'advogado de Collor' e 'ex-Ministro do TSE'. Que pobreza! 2) Outra dor que veio no mesmo dia foi a notícia da morte de Carlos Alberto Menezes Direito. Além de jurista e juiz empenhado em fazer sempre a melhor Justiça, o Ministro Direito foi um exemplo de educação e cortesia, particularmente na maneira gentil e calorosa com que acolhia os advogados, conhecidos ou não. Há muito o que lembrar de sua vida profícua e generosa, mas a imprensa só quer especular sobre o sucessor..."

Arnaldo Malheiros Filho - escritório Malheiros Filho, Camargo Lima e Rahal - Advogados

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Leia mais

  • 1/9/09 - Autoridades se despedem do ministro Menezes Direito na antiga sede do STF - clique aqui.
  • 1/9/09 - Morre, no RJ, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito - clique aqui.

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Foto : STF

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