Artigo - 28 de janeiro: dia nacional de combate ao trabalho escravo no Brasil

29/1/2015
Afonso H. Maimoni

"O foco do trabalho escravo tem sido direcionado aos produtores rurais (Migalhas 3.546 - 29/1/15 - "Ferida aberta" - clique aqui). Está errado. O trabalhador urbano, ganhando o salário mínimo ou algo mais, mora na periferia, talvez em condições insalubres, levanta de madrugada para pegar as conduções ao trabalho e ao empregador urbano a contraprestação é o salário, vale-transporte, vale-refeição. O empregador rural tem que fornecer bom alojamento, alimentação de qualidade, equipamentos de proteção e transporte, além de salário e demais verbas. Hoje todos se beneficiam das riquezas produzidas no campo, mas os que acompanharam as aberturas das fronteiras agrícolas sabem que foram feitas com acampamentos de lona em beira de rios e alimentação precária, trabalhando todos os dias. Também as prefeituras assim fizeram para abrir estradas. Se não fosse, como seria possível abrir uma fazenda, já com casa, alojamentos, luz, estradas prontas e todo o conforto hoje exigido? Naquela época, se impostas as atuais condições e restrições ainda estaríamos no 'mato'. Não devemos colocar o produtor rural como vilão. A teoria é bonita, mas na prática a realidade é outra."

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