Corrupção

8/11/2016
José Renato M. de Almeida

"A corrupção deixa rastros. Sempre deixou. O que ocorre no Brasil há décadas é a falta de interesse ou interesse diferente do de seguir as pistas até descobrir o corrupto. E se descoberto não há interesse de puni-lo, apenas achacá-lo para obter parte do butim. Por isso foi muito bom ver no ENEM que o trabalho de inteligência a longo prazo, realizado pela PF, MEC e o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cruzando respostas em provas anteriores para identificar semelhanças, tiveram resultados animadores. Parabéns! Em outros tempos, quando não havia computador, dois alunos acertaram 90% das questões e tiveram suas provas analisadas pela coordenação que decidiu pela nota 9 (nove) para um e 0 (zero) para o outro por 'pesca'. Esse, indignado, pediu revisão de prova questionando: Como nota zero, se respondi as mesmas questões do outro que tirou nove? A coordenação esclareceu sua decisão: na única questão não respondida por ambos, o primeiro escrevera 'não sei' e o outro 'nem eu'. E como já orientava o delator anônimo - garganta profunda - da operação Watergate nos EUA: Sigam o dinheiro! Apesar das sofisticações e complexidade, o dinheiro ainda é o rastro mais visível da corrupção. Outra boa notícia é a cobrança dos prejuízos causados ao MEC devido a invasão das escolas pelos estudantes orientados por entidades estudantis e políticas. É o começo do fim da impunidade dos invasores de escolas, fazendas, indústrias, plantações e bloqueadores do trânsito em estradas e avenidas. Os vândalos das arruaças precisam dessa mesma cobrança de prejuízos."

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