Educação

24/4/2017
José Renato M. de Almeida

"A necessidade de investir em educação está presente em todas as discussões sobre o futuro do país. Mas só educação não basta. Os políticos e empresários expostos pela Lava Jato tiveram boa educação. Entretanto, são os responsáveis pela implantação do maior esquema de corrupção no Brasil. Há dois complementos fundamentais para que a educação tenha resultados positivos: a fiscalização e a punição. No Brasil a maioria dos fiscais usa a função para obter vantagens ilícitas. O maior órgão fiscalizador, o Congresso Nacional, é um exemplo disso. Além de usar a função de fiscal para chantagear e usufruir vantagens ilícitas, o Congresso passou 16 anos sem aprovar nem rejeitar os relatórios apresentados anualmente pelo Tribunal de Contas da União (TCU)! Só o fez ante a necessidade de comprovar as pedaladas fiscais no processo de impeachment de Dilma Rousseff! Os valores gastos com o TCU e os diversos Tribunais de Contas sustentam uma custosa estrutura que pouco ou nada consegue interferir  no controle e na melhoria das contas públicas. A que se deve isso? Em conjunto com a educação e a fiscalização é necessário que os órgãos da Justiça atuem punindo os governantes corruptos. Só com esse trinômio – Educação, Fiscalização e Punição – a equação para inibir de fato a corrupção estará completa. Por onde começar? Ante tanta corrupção disseminada, o trabalho da força-tarefa da Lava Jato já nos deu um excelente começo. As investigações e prisões daqueles que eram os maiorais da política e do mundo empresarial resultam em um trabalho pedagógico-educativo de mudança de moral do brasileiro, acostumado em ver corrupção em qualquer lugar e atividade. Essa mudança precisa do apoio, disposição e lucidez de todos os cidadãos de bem, dos investidos em autoridade e mandatos e, principalmente, da atuação decisiva dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Os investigados e cúmplices estão fazendo de tudo para que a Lava Jato seja impedida de continuar atuando com coragem e competência. Não passarão!"

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