Planos econômicos

21/12/2017
Luiz Gustavo Rehder do Amaral

"A farsa do acordo dos planos econômicos. Não consigo entender esse entusiasmo exacerbado pelo acordo para pagamento dos poupadores que foram lesados pelos planos econômicos. Sob a ótica dos bancos, esse entusiasmo é justificável. Mas como explicar o entusiasmo do IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor - e da FEBRAPO - Frente Brasileira dos Poupadores? Li o acordo e li a sua homologação feita pelo ministro Dias Toffoli. Em síntese, os poupadores lesados, que têm ações em trâmite, terão dois anos para aderir ao acordo, e os valores serão pagos da seguinte maneira: até R$ 5.000,00, pagamento à vista; de R$ 5.000,00 até R$ 10.000,00, uma parcela à vista e duas semestrais - significa que o pagamento total será feito em um ano e meio; acima de R$ 10.000,00, uma parcela à vista e quatro (quatro) semestrais - significa que o pagamento total será feito em dois anos e meio. Para valores acima de R$ 5.000,00 incidirão descontos progressivos de 8% a 19%. Ou seja, os bancos terão um prazo bastante considerável para efetuar os pagamentos. Mas o poupador lesado que optar por não aderir ao maquiavélico acordo, terá que aguardar mais dois anos para que as suas ações voltem a ter o trâmite normal. Normal? Sim, todos os processos que tratam desse assunto, que estão suspensos desde o ano de 2010, por decisão do ministro Dias Toffoli, continuarão suspensos por mais dois anos, que é o prazo para adesão ao acordo. Ou seja, quem não aderir vai ter que aguardar até o ano de 2020, para que o processo volte a tramitar. E sabe-se lá quando será julgado. Assim, o poupador lesado, continuará lesado, aderindo ou não ao acordo."

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