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Reflexões sobre a responsabilidade dos seguidores de Bolsonaro e as limitações do pedido da PGR

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Atualizado às 07:22

A responsabilização dos seguidores de Jair Bolsonaro nas redes sociais tem sido objeto de discussão diante do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter dados detalhados sobre esses seguidores. Embora a liberdade de expressão seja um direito constitucional, ela não é absoluta e deve ser exercida com consciência e responsabilidade, levando em consideração outros valores protegidos pela mesma Constituição, como os pilares da democracia.

Os Tribunais têm buscado responsabilizar aqueles que curtem, comentam e compartilham notícias falsas e ofensivas, reconhecendo que suas ações podem ter consequências negativas. Por exemplo, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que há responsabilidade dos que compartilham mensagens e opinam de forma ofensiva, devendo ser encarado o uso deste meio de comunicação com mais seriedade.

Embora o pedido da PGR solicite dados sobre os seguidores de Bolsonaro, é importante esclarecer que eles não estão sendo investigados, conforme nota do Ministério Público Federal (MPF) à CNN. A intenção da PGR é avaliar o conteúdo e o alcance das publicações do ex-presidente, especialmente em relação aos eventos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais.

No entanto, surgem questionamentos sobre a eficácia e a validade das informações obtidas, considerando a presença de seguidores falsos ou bots nas redes sociais. Essa preocupação deve ser levada em conta na análise do impacto real das publicações de Bolsonaro. É fundamental que a PGR leve em consideração as limitações inerentes ao pedido, adotando métodos adequados para avaliar o impacto dessas publicações.

Além disso, é importante destacar que políticos, como Bolsonaro, frequentemente possuem seguidores falsos ou contas inativas em suas redes sociais, o que pode distorcer a percepção do alcance real das publicações e dificultar uma análise precisa de seu impacto na sociedade.

Diante desses desafios, é crucial que a PGR leve em consideração as limitações do pedido e adote um manual de instruções e procedimentos técnicos adequados para avaliar o impacto das publicações de Bolsonaro. É necessário encontrar um equilíbrio entre combater a desinformação e preservar os direitos fundamentais, como a liberdade de expressão. A busca por respostas a essas questões requer uma análise cuidadosa e uma abordagem justa, a fim de garantir que as medidas adotadas sejam efetivas e respeitem os princípios democráticos.

Em resumo, as reflexões sobre a responsabilidade dos seguidores de Bolsonaro e as limitações do pedido da PGR envolvem desafios legais, éticos e técnicos. É necessário aprimorar o processo de investigação, considerando a complexidade das redes sociais e a presença de seguidores falsos e bots. A busca por soluções adequadas requer um equilíbrio entre a proteção da liberdade de expressão e o combate à disseminação de informações prejudiciais.

Em um segundo momento, a defesa do ex-presidente Bolsonaro vê o pedido da PGR como uma "tentativa de monitoramento político", alegando que isso representa uma forma de vigilância política. No entanto, a PGR e o MPF reiteram que o objetivo é coletar dados para entender melhor o impacto das publicações de Bolsonaro, especialmente em relação a temas sensíveis como eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Forças Armadas, entre outros.

É importante ressaltar que a expressão de opiniões e a divulgação de informações por parte dos seguidores não estão em questão neste pedido da PGR. A análise busca compreender o conteúdo e o alcance das publicações do ex-presidente. Ainda assim, a utilização responsável e consciente das plataformas de redes sociais não pode ser subestimada, já que a disseminação de informações falsas e ofensivas pode ter consequências legais.