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O mundo das lives - Parte 2

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Atualizado às 09:04

O amigo Jassa comenta:

"Meu irmão você viu aquela live esta semana em que o advogado começa a brigar com o câmera e quase sai na porrada? O que foi aquilo? Que aconteceu?"

Jassa, obrigado pelo comentário. Com o advento do WhatsApp é difícil algum acontecimento (em especial um mais escandaloso como esse) que passe despercebido aos olhos do mercado, ainda mais se estamos falando em um evento que deveria realmente ser público e deu errado, em todos os sentidos.

Assim como muitos, vi o vídeo do escritório e a reflexão que trago hoje é simples: todos estão preparados para uma live? Seja no aspecto tecnológico, seja no aspecto emocional, a verdade é que muita gente ainda não está preparada para esse passo. Não é porque muita gente está nesse caminho que eu automaticamente estou preparado. Seria a mesma coisa que falar "bom já que todos estão na piscina vou mergulhar, mesmo estando de jaqueta, calça e não sabendo nadar". Sempre encorajo todos meus clientes a darem passos novos e aprenderem abordagens diferentes, mas a verdade é que precisa estudar, treinar e simular antes de se jogar completamente na ação. Precisa estar alinhado com o que o mercado minimamente espera de você e o caso em questão foi a prova de que até emocionalmente precisamos ajustar nossas convicções para que o produto final esteja a contento.

Porém essa live teve repercussões.

Uma das ferramentas do marketing jurídico mais conhecidas é a assessoria de imprensa (que cuida, entre outras coisas, da imagem das empresas perante o mercado) e esse incidente deflagrou um problema ainda maior: a discrepância entre discurso institucional redondinho/bonitinho e realidade aplicada internamente nos escritórios.

Logo após o incidente, o escritório lançou, provavelmente a mando da assessoria de imprensa, uma nota e um vídeo pedindo desculpas e assegurando que as atitudes presenciadas no vídeo eram "extremamente atípicas" ao comportamento habitual do escritório no dia a dia. Isso foi o suficiente para diversos ex-funcionários invadirem as redes sociais comentando que aquele era sim era um típico posicionamento do escritório para com os colaboradores, pois tinham passado por experiências parecidas quando trabalhavam lá. Muitos escreveram inclusive que saíram do mesmo justamente em função deste tipo de "explosão emocional".

Pois é, não tem jeito. Quando o discurso institucional não bate com a realidade efetiva do escritório, mais cedo ou mais tarde o mercado começa a ver a verdadeira característica da banca, seja ela boa ou ruim.

Se eu puder direcionar um pouco mais, leia um artigo antigo que falo um pouco sobre isso, chamado "Endobranding - Como Prospectar Clientes Internos", onde termino com uma das frases que mais gosto "O homem que quer conduzir uma orquestra deve virar as costas para multidão". Para ler o artigo, clique aqui.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!