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Mulheres

As mulheres lutaram para ganhar direitos políticos e, hoje, são muitas as que se destacam em altos cargos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

domingo, 17 de novembro de 2013

Atualizado em 14 de novembro de 2013 16:40

A moça que por sua cultura e exuberante beleza foi eleita Miss Canadá maneja com precisão um rifle C47. Já atuou como atriz e dançarina. Nas Forças Armadas alcançou o oficialato. Ela tem 27 anos de idade e se chama Riza Santos.

Quando as Forças Aliadas na segunda guerra mundial dividiram a Alemanha em duas, a oriental e a ocidental, sobrou para Ângela a repressão e um muro enorme segregando sua gente.

Ângela, que veio do lado mais pobre e mais oprimido, é hoje uma das mulheres mais poderosas do mundo. Ela é a Chanceler da Alemanha e líder respeitada da União Europeia.

A Dilma foi uma daquelas moças bonitas de classe média que como o irmão do Henfil descrito nos versos de Aldir Blanc embarcou num rabo de foguete.

Na última ditadura militar, a Dilma nem tinha 20 anos de idade quando aderiu à luta armada, foi presa, torturada e amargou três anos de cadeia. Hoje é a presidente da República.

Os militares que batem continência a Dilma e cumprem as suas ordens não tem nada a ver com os militares daqueles tempos. Ela não é só a Presidente. É a chefe de Estado e Comandante em Chefe das Forças Armadas do Brasil.

Susan Brownell Anthony, editora de um jornal revolucionário, foi presa e levada a julgamento. Seu crime? Votou numa eleição quando as mulheres ainda eram proibidas de votar. Isso foi em 1873 nos Estados Unidos da América. Susan lutou até seus últimos dias de vida pelo voto feminino.

Só depois de 1930 as mulheres tiveram reconhecido o direito ao voto no Brasil. Getúlio prometera na sua campanha presidencial.

Derrotado, chegando ao poder na crista de uma rebelião popular não cumpriu logo a promessa.

O primeiro anteprojeto da lei eleitoral levado a Getúlio concedia às mulheres o direito ao voto, mas apenas às solteiras que tivessem economia própria e vivessem de trabalho honesto (o que seria isso?); às casadas que trabalhassem fora de casa, desde que autorizadas pelos respectivos maridos; às viúvas; às desquitadas; às que em consequência da ausência do esposo estivessem na direção da família e as largadas dos maridos há mais de dois anos.

Numa canetada, Getúlio riscou isso tudo. Nas primeiras eleições para a Constituinte foram eleitas duas mulheres - Carlota Queiroz, 41 anos, por São Paulo e Berta Lutz, pelo Distrito Federal.

A primeira senadora negra no Brasil foi Laélia de Alcântara, uma médica do Acre, opositora ao regime militar, que como suplente completou de abril de 1981 a janeiro de 1982 por morte do titular, o senador Adalberto Sena.

Outra suplente, Eunice Michilles, nascida em São Paulo, tirou o mandato quase inteiro do titular João Bosco, fulminado por um enfarte em Brasília, nas primeiras semanas do mandato.

Por meses a senadora Michilles, uma loura miúda e tímida, foi notícia nos jornais e na TV até mesmo quando no plenário descansava os pés fora dos sapatos.

A primeira mulher governadora não foi quem vocês estão pensando. Foi Iolanda Fleming, do Acre. Erundina, da Paraíba, era deputada estadual em São Paulo quando foi eleita prefeita da Capital na sucessão de Jânio Quadros.

As mulheres que mais apanham dos maridos e ainda sofrem todo tipo de discriminação são as do Egito atualmente.

Por aqui, devemos seguir pregando na defesa dos direitos delas. Afinal, primeiro, as mulheres!

Ah, ia me esquecendo! Há pouco estive em Roma e por lá ouvi dizer que Francisco estaria disposto a nomear a primeira mulher para o cardinalato.

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* Edson Vidigal é ex-presidente do STJ e professor de Direito na UFMA.

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