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O que fazer em 2018, ou seja, para onde direcionar recursos?

Parece óbvio, mas todos os recursos (financeiros, humanos e técnicos) devem ser direcionados para a busca incessante de produtividade, eficiência e eficácia, lembrando que estas palavras NÃO representam a mesma coisa!

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Atualizado às 10:24

Estou partindo de uma análise simplista da economia (os economistas que me perdoem) de que no próximo ano, apesar das perspectivas serem melhores comparadas com aquelas existentes no final de 2016, no meu ponto de vista, ainda teremos uma retomada lenta. Além disso, será ano de eleição presidencial e haverá muita expectativa sobre o rumo do Brasil para 2018 e o mercado não gosta de incertezas.

Apesar da pequena melhoria nas expectativas, o mercado estará provavelmente ainda muito espartano nos seus gastos, contratações e investimentos, mantendo a filosofia que aparentemente veio para ficar que é "fazer mais com menos".

A advocacia corporativa (escritórios departamentos jurídicos), inseridos nesse contexto, terão tarefas difíceis a cumprir e que no passado não eram muito imputadas às suas responsabilidades.

De um lado, General Counsels terão que continuar a gerir as carteiras de processos (que no Brasil crescem de maneira assustadora) de maneira cada vez mais eficiente e minimizando o impacto financeiro e provisões futuras. Do outro lado, escritórios de advocacia vão continuar lidando com aumento constante da pressão de seus clientes, como consequência da pressão imposta aos diretores jurídicos e também do aumento enorme da concorrência (desnecessário citar a enorme quantidade de cisões e fusões no mercado de escritórios que tem ocorrido no passado recente).

Parece óbvio, mas todos os recursos (financeiros, humanos e técnicos) devem ser direcionados para a busca incessante de produtividade, eficiência e eficácia, lembrando que estas palavras NÃO representam a mesma coisa!

Usando definições do Dicionário Houaiss:

Produtividade: "capacidade de produzir ou volume produzido".

Nos escritórios, a capacidade máxima de produção pode ser medida pela quantidade total de profissionais multiplicada pela quantidade de horas disponíveis para o trabalho de cada um, porém existem limitações.

Elas podem se apresentar de todas as formas possíveis, podendo ser relativas a pessoas/equipes, organização/procedimentos, ferramentas/tecnologia, gestão/liderança, etc. e a preocupação com todas elas e a aplicação das melhores práticas profissionais de gestão vão determinar a melhor utilização de todos os recursos disponíveis.

Eficiência: "capacidade de conseguir melhor rendimento com o mínimo de erros".

Nos escritórios a eficiência pode ser medida pela diferença entre a quantidade de horas teórica possível de trabalho de todos os profissionais e a quantidade dessas horas utilizadas efetivamente na produção e cobrança de honorários.

Os tempos gastos na compilação de dados e informações relevantes, que vão embasar a produção de cada documento, podem e devem ser minimizados com a utilização das novas tecnologias de inteligência cognitiva, que estão sendo incorporadas: aos robôs inteligentes de pesquisa, sistemas de produção automática de documentos (documentassembly), sistemas de predição e análise estatística de resultados, etc. que estão revolucionando o Direito, deixando as tarefas mais "nobres" para a capacidade humana do advogado em analisar os fatos e informações e sintetizar tudo num documento ou contrato ou tese processual, expressando suas ideias e argumentos.

Eficácia: "virtude ou poder de produzir determinado efeito".

Nos serviços jurídicos há de se ter sempre em mente as necessidades do cliente e de se pensar sempre na melhor solução do problema para seu negócio, mesmo que isto não represente a solução jurídica acadêmica mais indicada para o caso. O correto dimensionamento de tempo, equipe e documentação a ser desenvolvida e utilizada vai determinar a correta precificação do trabalho e a apresentação da solução isenta de interesses comerciais é em última instância a garantia da satisfação do cliente e também determina o posicionamento perante a concorrência.

A ajuda externa, experiente, isenta das interações e relacionamentos internos, pode ajudar na orientação e treinamento dos líderes e na gestão mais eficaz e profissional de seu negócio.
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*José Paulo Graciotti é consultor, sócio da Graciotti Assessoria Empresarial, membro da ILTA- International Legal Technology Association e da ALA - Association of Legal Administrators. Há mais de 28 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia.

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