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Por que a queda da Selic representa um risco para quem possui precatórios?

O futuro da Selic pode ser uma pedra no sapato dos credores de precatórios, especialmente depois da última reunião no dia 31/1/24.

terça-feira, 5 de março de 2024

Atualizado às 14:22

Na última reunião, em Janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central - Copom prosseguiu com a sua política de ajuste na taxa Selic, confirmando as expectativas do mercado ao reduzi-la. Esse corte de 0,5%, que ajustou a Selic para 11,25% ao ano, marca a continuação de um ciclo de relaxamento monetário que teve início em agosto de 2023. Esta taxa está agora no seu menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.

A decisão de seguir com a redução da Selic em 0,5 ponto percentual foi unânime e vem na esteira de cortes sucessivos iniciados no último ano, refletindo um esforço contínuo do Copom para ajustar a política monetária ao ambiente econômico atual. O Comitê também sinalizou a possibilidade de cortes adicionais nesse mesmo ritmo nos próximos encontros, sublinhando a importância de cumprir as metas fiscais estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação.

O cenário internacional, descrito como volátil pelo Copom, e a manutenção dos juros pelo Federal Reserve - Fed dos EUA em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, com possíveis reduções futuras, reforçam a necessidade de cautela na condução da política monetária. No Brasil, a inflação ao consumidor mostrou sinais de desaceleração, com o IPCA-15 registrando uma alta de 0,31% em janeiro, indicando uma trajetória de desinflação.

Em relação aos precatórios, que são ajustados pela Selic, a redução da taxa significa uma potencial diminuição no rendimento desses títulos. Até janeiro, os valores não pagos refletiriam um rendimento anual de 11,25%, ainda acima da inflação, que se manteve em trajetória de desaceleração.

A expectativa de que a Selic possa permanecer em níveis reduzidos e a inflação controlada sugere uma rentabilidade real mais próxima à da poupança em comparação a períodos anteriores. Isso pode alterar a atratividade dos precatórios e de outros investimentos de renda fixa.

Para os detentores de precatórios e investidores em geral, é essencial revisar estratégias de investimento à luz da nova conjuntura econômica. A adaptação aos cortes da Selic e às expectativas futuras para a taxa de juros e inflação requer uma análise cuidadosa das opções disponíveis, tanto em renda fixa quanto variável.

A decisão sobre o precatório é crucial. Conversar com a família e avaliar todas as alternativas é fundamental. A falta de ação, em muitos casos, pode levar à pior escolha. Diante das incertezas econômicas e das mudanças na política monetária, avaliar todas as alternativas disponíveis torna-se ainda mais importante para maximizar os retornos e minimizar os riscos.

Natália de Andrade

VIP Natália de Andrade

CEO e sócia da D. Andrade Assessoria em Precatórios | Especialista em precatórios com 20 anos de atuação.

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