Os fundamentos de um mercado sustentável de ativos judiciais
O mercado de ativos judiciais tem ganhado força no Brasil como uma alternativa viável para liquidez.
quarta-feira, 16 de abril de 2025
Atualizado às 13:49
O mercado de ativos judiciais - que abrange precatórios e outros créditos reconhecidos judicialmente - tem ganhado força no Brasil como uma alternativa viável para liquidez, investimento e resolução de pendências financeiras. Apesar do grande potencial de crescimento, esse setor ainda enfrenta obstáculos importantes relacionados à ética, transparência e segurança jurídica.
Em um ambiente onde a morosidade processual, a burocracia e a ausência de regulamentações específicas dificultam o avanço de negociações mais estruturadas, a adoção de boas práticas éticas deixa de ser uma escolha e passa a ser uma exigência fundamental. É a partir desse compromisso que se constrói um mercado mais confiável, atrativo e perene.
Os desafios éticos do setor
Negociar ativos judiciais exige atenção a uma série de fatores sensíveis. Trata-se de um mercado que envolve diversas partes interessadas - credores, investidores, advogados, gestores e, em alguns casos, entes públicos. Cada negociação deve ir além da formalização contratual e contemplar princípios de justiça, equilíbrio e transparência.
Entretanto, o setor ainda convive com práticas que fragilizam sua reputação: falta de padronização, ausência de critérios claros para precificação, negociações pouco transparentes e interpretações ambíguas da legislação vigente. Esses fatores comprometem não apenas o desempenho de operações isoladas, mas a credibilidade do mercado como um todo.
A importância de processos claros e conformes
Promover a transparência nas etapas de análise, negociação e formalização é uma das formas mais eficazes de mitigar riscos e proteger todas as partes envolvidas. Práticas como a divulgação clara dos termos, auditorias internas, conformidade regulatória e atenção constante às mudanças legais são instrumentos essenciais para garantir segurança e previsibilidade nas operações.
Além disso, é importante que os profissionais e empresas que atuam nesse segmento mantenham uma postura ética contínua, prezando por informações completas, tratamento respeitoso das partes envolvidas e total alinhamento com os marcos legais e jurisprudenciais que regem o setor
Integridade como pilar de confiança
No mercado de ativos judiciais, a integridade não é um diferencial competitivo - é um pré-requisito. O verdadeiro valor de uma operação não está apenas no retorno financeiro que ela pode gerar, mas na confiança que se estabelece ao longo do processo. Quando essa confiança é violada, os prejuízos se estendem para além dos contratos: afetam a credibilidade do setor e limitam seu potencial de expansão.
Construir um ambiente mais ético e transparente é um desafio coletivo. Requer o comprometimento de agentes privados, profissionais do direito, reguladores e investidores. Mas é a partir dessa construção que se viabiliza um mercado mais estável, inclusivo e capaz de entregar valor real à sociedade.


