MIGALHAS DE PESO

  1. Home >
  2. De Peso >
  3. Tecnologia e advocacia iniciante: Ameaça ou aliada?

Tecnologia e advocacia iniciante: Ameaça ou aliada?

O artigo mostra que a tecnologia não ameaça o jovem advogado: quem souber usá-la ganha vantagem, já que estratégia, empatia e criatividade seguem insubstituíveis.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Atualizado às 10:34

Nos últimos tempos, o surgimento de novas ferramentas de inteligência artificial generativa, que criam imagens de pessoas com extrema perfeição e facilidade, provocou um intenso debate sobre a ameaça a carreiras consolidadas, como a de fotógrafos e editores. Essa discussão nos leva a transportar o mesmo questionamento para o ramo do Direito. E se tecnologias similares fossem aplicadas à prática jurídica? Na realidade, este não é um cenário futurista. Plataformas de automação capazes de redigir uma petição em minutos com apenas alguns cliques já existem há tempos. Com isso, uma dúvida crucial se impõe ao jovem advogado: a tecnologia representa uma força para suprimir oportunidades ou para criar novas frentes de atuação?

É natural que os recém-formados encarem com receio as ferramentas que redigem petições, analisam jurisprudência e até elaboram contratos em segundos. Afinal, se um programa consegue fazer em minutos o que um estagiário levaria horas, por que contratar o iniciante

Oportunidade disfarçada

Em contrapartida, a mesma tecnologia que gera incertezas também atua como um catalisador de oportunidades. Softwares de jurimetria, gestão de prazos e inteligência artificial nivelam o campo de atuação, permitindo que o advogado iniciante se concentre nos pilares da profissão, que são, por natureza, analíticos e humanos: a estratégia processual, o pensamento crítico e a indispensável conexão com o cliente

A advocacia que algoritmo nenhum pode replicar

Afinal, nenhum código é capaz de replicar as qualidades intrinsecamente humanas que definem a boa advocacia. A tecnologia pode padronizar tarefas e compilar dados, mas jamais substituirá a sensibilidade de compreender a dor de um cliente, a astúcia de um negociador ou a criatividade para formular uma tese jurídica disruptiva. A essência da advocacia - empatia, retórica e ética - não é programável.

Conclusão

A tecnologia não é inimiga do advogado iniciante. Pelo contrário: quem aprender a dominá-la terá vantagem sobre os que a rejeitam. A disputa não é entre homem e máquina, mas entre profissionais que se adaptam e os que ficam para trás. A advocacia do futuro - que já é presente - será híbrida: feita por pessoas que sabem usar a tecnologia como extensão da própria inteligência.

Matheus Ruffo Rosa

Matheus Ruffo Rosa

Estudante de Direito da PUC Campinas | Assistente no Gabinete da Dirigente Regional de Ensino na Unidade Regional de Ensino Campinas Oeste

AUTORES MIGALHAS

Busque pelo nome ou parte do nome do autor para encontrar publicações no Portal Migalhas.

Busca