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Como as empresas calculam o ROI em relação ao investimento em inteligência artificial?

O ROI da IA ainda é incerto, com líderes extraindo valor real e a maioria sofrendo com inércia, mostrando que não agir pode custar caro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Atualizado em 19 de setembro de 2025 15:25

Essa pergunta surgiu no encontro dos Comitês de Inovação e Jurídico da Amcham-Brasil Pernambuco, em parceria com o Consulado Americano, com condução de Gonzalo Lopez y Linares-Rivas (DesignMind).

Apesar da pergunta ser complexa, a resposta é mais simples do que parece. Ao menos por enquanto.

Pensar na lógica tradicional de retorno sobre investimento talvez não seja a melhor forma de medir o impacto da IA neste momento. O ponto não está apenas no que a tecnologia entrega, mas no quanto a empresa perde ao decidir não adotá-la.

Essa pergunta me lembrou de um artigo recente da McKinsey & Company (em parceria com o MIT - Massachusetts Institute of Technology), que mostra como empresas líderes estão ampliando a distância em relação às demais ao aplicar IA nas operações, alcançando payback médio de 6 a 12 meses e retornos significativos, com casos específicos relatando até 5 vezes o investimento inicial.

Por outro lado, um levantamento de iniciativa da NANDA - Networked Agents and Decentralized AI, também em parceria com o MIT, mostra que embora empresas nos Estados Unidos tenham investido entre US$ 30 e 40 bilhões em ferramentas de IA generativa, a grande maioria (95%) não tem resultados concretos para apresentar.

Esses dados revelam duas realidades distintas: um pequeno grupo de empresas líderes obtendo resultados extraordinários, enquanto a maioria permanece sem conseguir extrair valor real da tecnologia.

O que muda de um resultado para outro é a abordagem. As empresas bem-sucedidas investem em sistemas que se adaptam e aprendem com seus processos, enquanto as demais ficam presas a ferramentas estáticas.

O fato é que em transições tecnológicas como a que estamos vivendo, o custo da inércia pode ser muito maior do que qualquer investimento inicial e, inclusive, custar a permanência da empresa no mercado.

Esses achados deixam claro que ainda é cedo para chegar a conclusões definitivas sobre o ROI da IA. Mas discussões dessa dimensão reforçam que, em um cenário de mudanças rápidas, a pergunta certa pode ser mais valiosa do que uma resposta pronta.

É esse olhar crítico que ajuda empresas a tomar decisões estratégicas sobre inovação.

Luciana Martins

Luciana Martins

Sócia do escritório Martorelli Advogados.

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