País rico de informalidade: Por que falta emprego ou falta empresa?

Muito se fala em gerar empregos. Mas a realidade é mais complexa: empresas saudáveis e bem estruturadas são, na prática, os maiores motores de emprego formal - e, portanto, de desenvolvimento sustentável.

Atualmente, mais de 2 bilhões de pessoas no mundo vivem da economia informal, segundo dados da OIT - Organização Internacional do Trabalho. Esse elevado grau de informalidade implica ausência de proteção social, contratos precários e baixa produtividade - desafios que minam a dignidade no trabalho e limitam a mobilidade social.

No Brasil, o problema se agrava pela dependência de políticas assistenciais para suprir essa lacuna de formalização. Segundo relatório da OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development, aproximadamente 39% da força de trabalho não tem acesso a empregos formais, o que reduz a base contributiva para seguridade social e amplia as desigualdades.

Por isso, fortalecer empresas - especialmente micro, pequenas e médias - é uma estratégia essencial. Ao criar um ambiente regulatório mais favorável, reduzir encargos excessivos e promover compliance trabalhista, o país pode incentivar a formalização. Com isso, gera-se emprego decente, amplia-se a base de contribuintes para a previdência e diminui-se a necessidade de recorrer a benefícios assistenciais.

Em suma, não basta "criar emprego": é preciso fortalecer a economia formal. Investir em empresas é investir nas pessoas, na estabilidade e no desenvolvimento social.

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International Labour Organization (ILO). Women and Men in the Informal Economy: A Statistical Picture. (Nações Unidas)

WIEGO. Statistical Picture - Informal Economy. (WIEGO)

OECD. Expanding Social Protection and Addressing Informality in Latin America - Brazil. (OECD)

OECD. Informality and Globalisation. (OECD)