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Sem tempo para ser feliz

A quebra dos bancos americanos, provavelmente, impulsionará o mundo para uma crise muito pior do que foi o "Crack da Bolsa de 29" do século passado, quando a grande maioria da população vivia no campo e, não, nas cidades como hoje. "Grifes", carros, casas, eletrodomésticos e outros luxos não se comem como, o arroz, o feijão, o chuchu e o franguinho que alimentaram nossos avós que, em sua grande maioria, morava em chácaras, sítios e fazendas de outrora.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Atualizado em 2 de outubro de 2008 12:58


Sem tempo para ser feliz

Sylvia Romano*

A quebra dos bancos americanos, provavelmente, impulsionará o mundo para uma crise muito pior do que foi o "Crack da Bolsa de 29" do século passado, quando a grande maioria da população vivia no campo e, não, nas cidades como hoje. "Grifes", carros, casas, eletrodomésticos e outros luxos não se comem como, o arroz, o feijão, o chuchu e o franguinho que alimentaram nossos avós que, em sua grande maioria, morava em chácaras, sítios e fazendas de outrora.

Os índios pataxós reivindicam terras dos seus antepassados para permanecerem como velhos bugres, indolentes como sempre foram. Os "irmãos menos favorecidos" querem continuar recebendo suas "bolsas esmolas" para também manterem o ócio a que estão acostumados e acomodados. Os políticos seguem aos berros nos veículos de comunicação na esperança de serem eleitos e garantirem uma vida mais segura para si e para os seus "chegados". O tráfico vai muito bem organizado e continua dando as cartas de dentro das prisões, aumentando cada vez mais o seu poder, hoje até internacional.

Os bancos, então, nem se fala. Estão cada vez mais ricos e divulgando seus altos lucros de agiotagem. E os impostos batendo recordes, são sempre os maiores do mundo. Nosso maior mandatário só viaja e fala, fala muito, mas ninguém quer saber sobre o que, somente os ignorantes é que o aplaudem e os medrosos e dependentes das suas "tetas". Os escândalos econômicos e políticos aparecem todos os dias e são esquecidos em curto espaço de tempo e servem sempre de cortina de fumaça para coisas muito piores.

Adolescentes são proibidos de trabalhar, mas podem roubar e procriar, pois estudar que é bom é difícil, trabalhoso e poucos querem. Os velhos, estes coitados, é melhor que morram logo, afinal são a grande causa do prejuízo da previdência.

Enquanto isso, fico pensando no tempo que está passando rápido, preocupada com os meus, com o mundo e com o futuro de todos nós. Vejo da minha janela o trânsito, a poluição e a violência da rua. Como ajudar os miseráveis que encontro em cada sinal? Como fazer para que os velhos tenham independência e dignidade? Como confiar nos outros e esperar a ética de todos? Neste novo mundo que vivo, percebo que quase todos estão sem tempo para ser felizes.

Mas tem uma coisa boa: Chegou a primavera. E logo depois, virá o verão, as festas, a praia e o carnaval no fim de fevereiro, o que irá prolongar o tempo de nada acontecer e do nada fazer. Ando pensando que sou muito errada, sempre trabalhei e muito, mas cada vez mais acho que só o ócio, o nada pensar e o nada fazer é o que permite o prazer.

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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados










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