Todo poder que exorbita, abdica; todo órgão constitucional que se excede, usurpa, desconstitucionaliza-se, baixa na consideração pública, despe sua autoridade moral, e se, moralmente despojada assim, houver de entrar em luta com outro poder igualmente usurpador, corre o risco de que se estabeleça o duelo no terreno da violência material, no terreno onde a força substitui a razão, onde a pólvora sufoca a palavra.

Excessos e devassidões – em todas as sociedades são sempre um princípio de desorganização.

A excessiva ventura, como a extrema desgraça, quando assim vem inesperada, desorienta e embota o espírito.

Os deveres mais positivos, os sentimentos mais honrosos, as leis mais claras têm às vezes fronteiras sutis, além das quais a energia degenera em brutalidade, o direito em formalismo, o zelo em precipitação, a severidade em cegueira.