O criminoso necessariamente divisará malícia na mais inocente das frases; mas uma alma honrada pode passar através das mais ferinas alusões à sua honra, sem advertir na malignidade dos injuriadores.

O devasso, o libertino, o algoz, apresenta-se altivo e arrogante, tendo a seu favor a lei, e a autoridade, o direito e a força, lança a garra sobre a presa, que é objeto de sua cobiça ou de seu ódio, e pode fruí-la ou esmagá-la a seu talante, enquanto o homem de nobre coração, de impulsos generosos, inerme perante a lei, aí fica suplantado, tolhido, manietado sem poder estender o braço em socorro da inocente e nobre vítima, que deseja proteger. Assim, por uma estranha aberração, vemos a lei armando o vício e decepando os braços à virtude.

Para o homem de brio a honra é superior às leis.

Quando um paulista jura... nem é preciso jurar; basta dar sua palavra, nem que lhe cortem a cabeça, é capaz de faltar a ela.