O amigo por ser antigo, ou por estar ausente, não perde o merecimento de ser amado: se o deixamos de amar, não é culpa sua, é injustiça nossa; porém se foi ingrato, não só ficou indigno do mais tíbio amor, mas merecedor de todo o ódio.

Não há inimizades tão ruins quanto as da ingratidão, ou as da malignidade gratuita.

A ingratidão, como fenômeno nacional, não é concebível senão entre os povos a que se roubou não só a noção do dever, como até os instintos morais; e tamanha degeneração, onde quer que se verifique, será necessariamente o resultado das instituições que formaram a alma dessa raça.

É a ingratidão com o amor como o vento com o fogo: se o fogo é pequeno, apaga-o o vento; se é grande, acende-o mais.