É no belo céu dos lábios da juventude que se abrem os mais francos, verdadeiros e perfeitos risos da vida.

O coração nessa idade [vinte anos] está ainda muito verde para arder. É preciso que o tempo e as lentas decepções da vida o ressequem, sem o que não pegará fogo.

Mocidade, ama! Na vertigem louca / De candentes beijos, de febril paixão, / Vê que o Amor é imenso quanto a Vida é pouca; / Toda a vez que um beijo vai de boca a boca, / Pelo tempo as eras se alongando vão! / Sofre, Mocidade, pelo Amor! Mas ama, / Sempre, mais ainda, por teu próprio bem! / Guarda sempre viva, rebrilhante, a chama / Que tua alma queima, que teu corpo inflama, / Produzindo vida que da Vida vem! / Mocidade, sonha! Faz a vida ao jeito / Do teu rubro anseio, do teu nobre ideal! / Sonha! Do que o sonho nada há mais perfeito. / Tudo quanto é belo pelo sonho é feito; / Vem da realidade tudo quanto é mal.

Nos livros que lês / Não vês novidade? / No amor já não crês? / Descrês da amizade? / Surpresa não vês / Na vida? Em verdade / Chegou tua vez / Do “Adeus, Mocidade”!