É o próprio povo – que paga os impostos – quem deve decidir de que modo os recursos públicos devem ser gastos.

O orçamento é a substância do governo representativo. É a sua expressão elementar. É o rudimento do governo popular, nos povos que principiam a prelibá-lo. É o eixo de toda a política financeira.

Não há mais viva imagem da burla constitucional que se decora com nome de Governo, do que, pesa-me dizê-lo mas é forçoso, do que o Orçamento brasileiro.

Todas as bases do sistema representativo podem ser qualificadas de teorias, de doutrinas, como, por exemplo, a harmonia e equilíbrio dos Poderes; o Orçamento, porém, é um fato, é a substância do Governo. Sem o dinheiro o Governo não tem força. Nada pode.