Ninguém em política leva em conta a transformação do indivíduo, e no entanto ela é um fato inevitável na vida. Fica sempre a primeira impressão. Ora, nada é mais errôneo do que supor que um homem possa ser sempre o mesmo, aos vinte, quarenta, ou aos sessenta anos. Serão pelo menos três homens diferentes, seja ele operário, médico, sacerdote, lavrador, poeta ou homem de estado. Mesmo à fortuna, sempre volúvel, é atribuída uma afeição perene às pessoas que algum dia acertaram com ela. Não há perdão para os que uma vez naufragaram.