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Agressão na av. Paulista é comentada pelos migalheiros

Da Redação

sábado, 20 de novembro de 2010

Atualizado às 11:51


Selvageria

Agressão na av. Paulista é comentada pelos migalheiros

Com imagens de uma câmera de segurança de um dos prédios da avenida Paulista, o SBT mostrou quinta-feira, com exclusividade, uma das agressões que um grupo de jovens teria praticado na manhã do último domingo.

O vídeo mostra três rapazes caminhando pela calçada e outros cinco caminhando no sentido contrário, um deles com duas lâmpadas fluorescentes nas mãos.

Sem qualquer motivo aparente, o agressor usa uma lâmpada para atingir o rosto da vítima. Pouco depois, o mesmo agressor desfere novo golpe com a outra lâmpada no rapaz.

Diante das imagens que mostram inequivocamente a gratuidade da agressão, os migalheiros debatem o assunto na seção Migalhas dos leitores (v. abaixo).

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"Quer dizer que ao andar na avenida que concentra boa parte das finanças do Brasil temos que nos esquivar de moleques que podem, ao léu, nos agredir (Migalhas 2.513 - 19/11/2010 - "Selvageria") ? Fosse para roubar, para auferir algum ganho, haveria motivo, injusto, mas motivo para a agressão. Mas não, parece que foi tudo por nada. É o tipo do vandalismo sem caráter, selvagem, incivilizado, o resultado de uma vida sem valores, onde tudo é consumível e consumido. Se, após o devido processo, com todas as garantias aos acusados, ficar demonstrada a culpa, sugeriria uma pena alternativa : que aos domingos pela manhã, durante um ano, eles fossem obrigados a varrer a avenida Paulista inteira. E ai deles se um mísero papel de bala for encontrado."


Ramalho Ortigão


"Então, andando pela avenida Paulista, podemos ser agredidos (Migalhas 2.513 - 19/11/2010 - "Selvageria") ? Por quê ? Qual o motivo ? É incrível acreditar que podemos ser alvo de pessoas estúpidas, por causa de escolhas que não agradam e acabam por rotular. E ainda pensar que não acaba por aí; e a vítima ? Qual o respaldo ? Vamos pensar na vítima ? Tem se tornado uma constante, casos de agressão deste tipo... está na hora de mudar 'alguma coisa' !"


Claudia Sinibaldi


"Selvageria II. Ainda sobre o famigerado caso acima intitulado, foi veiculado na mídia televisiva a declaração de uma das mães dos acusados, quando, ao ser abordada pelo repórter sobre as injustificáveis ações de violência do grupo em que seu filho compunha, simplesmente respondeu que se tratava de brigas de adolescentes, dando a conotação de que houve apenas defesa e que fatos dessa natureza é comum nessa faixa etária (Migalhas 2.513 - 19/11/2010 - "Selvageria"). Com essa 'justificativa' não resta dúvida que ações desse jaez estão justificadas por pais e mães que sempre passam as mãos sobre as cabeças e erros dos seus filhos. A sociedade reflete, simplesmente, o que é a família nuclear. Pais que encobrem os piores erros dos seus filhos, 'justificam' a cria que põe no seio da sociedade. A violência dessa mãe ao prestar a referida declaração é maior do que a própria violência praticada pelo seu filho, pois sua 'justificativa' além de servir como alimento para as ações nefastas do seu filho, também age como nascedouro para outros filhos de igual estirpe."


Norbert Wiener de Oliveira


"Falando em selvageria, pancadaria e outras, elas só irão acabar quando os pais da Pátria resolverem acabar com o ECA que tirou dos pais e professores o direito de educar seus filhos e alunos sem ouvir dos mesmos : 'vou chamar o conselho tutelar' ou 'vou fazer um BO contra você' (Migalhas 2.513 - 19/11/2010 - "Selvageria")."


Jane Sirlei Fontenla

"Sr. Ramalho Ortigão, permita discordar em parte com sua colocação (Migalhas 2.513 - 19/11/10 - "Selvageria"). Toda e qualquer agressão, é imperdoável. Sua colocação, de que se (sic) 'Fosse para roubar, para auferir algum ganho, haveria motivo, injusto, mas motivo para agressão', leva-nos à célebre frase do deputado Maluf 'estupra, mas não mata'. Nenhum tipo ou forma de agressão é justificado, principalmente o físico."


Evaldo Rui Franco


"O triste episódio dos ataques aos supostos homossexuais na Avenida Paulista demonstra a crise de valores que acomete nossa sociedade (Migalhas 2.513 - 19/11/10 - "Selvageria"). Tão grave e lamentável quanto o preconceito que inspirou estes jovens agressores, me parece a atitude dos pais, que buscam justificar o injustificável, como se não fosse o caso de apuração de responsabilidades criminais ou como se seus filhos tivesse sido vítima de assédio sexual. É preciso destacar que de acordo com o Código Civil, os pais respondem civilmente com seus bens pelos atos de filhos menores que causem danos à terceiros, materiais e morais. Como advogado militante, sinto que infelizmente o cidadão médio somente acorda para certas responsabilidades depois de sofrer no bolso os efeitos de sua negligência ou omissão. A condenação em indenização por danos morais pode ser medida compensatória e pedagógica eficaz, sem prejuízos das responsabilidades criminais que o caso ensejar."


Marcelo Augusto Gonçalves Vaz - OAB/SP 12.928

"Caríssimo companheiro Evaldo, obrigado pela referência a minha humilde missiva (Migalhas 2.513 - 19/11/10 - "Selvageria"). Peço-lhe, no entanto, que observe que eu disse que no caso de roubar 'haveria motivo, injusto, mas motivo para agressão'. Não disse, pois, que se assim fosse o ato era 'justificado'. Novamente, veja que eu disse 'injusto'. Ocorre que mesmo sendo injusta a agressão e, portanto, condenável, no caso de o agressor ter um ganho pecuniário daria para entender os motivos (não estou, novamente, dizendo que isso é legal). Mas no caso da avenida Paulista, a agressão foi gratuita, sem motivação alguma, fruto, repito, de uma vida sem valores. Concluo observando que estamos, ambos, do mesmo lado da trincheira."


Ramalho Ortigão

"A selvageria representada pelo ataque de um menor contra outro jovem, utilizando uma lâmpada fluorescente, já é punível pelo nosso ordenamento jurídico (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). Nada justifica tal comportamento. O que não significa, contudo, que as imagens obtidas pelas câmeras locais de vigilância sejam interpretadas de forma distorcida, de modo a auxiliar na pressão fantasmagórica que está sendo lançada contra o Congresso Nacional, para a aprovação do famigerado PL 122."


Dávio Antonio Prado Zarzana Júnior

"Os casos de intolerância espalham-se país e mundo afora, como sintoma de uma doença social, em que nem os governantes, educadores, psicólogos ou filósofos conseguem apresentar soluções efetivas para alterarmos esse tipo de comportamento humano (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). O que entristece mais, não é somente o fato da violência gratuita contra cidadãos, mas o fato da Justiça não tratar igual os iguais e liberar os agressores por não fazerem parte do grupo de usuários das cadeias e fundação CASA. A postura do Judiciário de ser liberal na condução do caso, e do legislador em não tipificar todo e qualquer tipo de crime de intolerância só mostra que nossa democracia não está preparada a representar os países desenvolvidos, nos restando o eterno título de país do futuro. Quem sabe um dia teremos um legislador 'antenado' com as necessidades do povo e a Justiça aplicadora de norma sem distinções de classe, cor ou raça."


Rodrigo Rabello

"Não foi homofobia, não (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). Foi a manifestação da pior das infestações do caráter : a covardia. Por que não atacaram um grupo, ou pelo menos um, skinhead ? Eles também tem umas ideias estranhas. Será que teriam coragem ? Se, em tenra idade, já estão fazendo isso, não quero conhecê-los mais velhos."


Lauro Soares de Souza Neto

"Não, não foi homofobia (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui) ! É apenas o resultado da educação (ou da falta dela) e dos exemplos que vivenciou ou das agressões de que também foi vítima. Tudo é aprendido e ensinado. Senão vamos acabar em cavernas... arrastando pelos cabelos a fêmea ou o 'servo' ! A estupidez e a covardia acompanham as bestas, sem distinção, tanto faz se homem ou mulher."


Helena Maria Carneiro Kindermann

"Este sincero rotativo assevera que o Dr. Orlando Machado entendeu por bem não prosseguir no patrocínio da defesa de seus clientes, após descobrir que eles haviam mentido para ele (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). Ao que tenho visto em minha breve experiência de dois lustros na advocacia, poucos são os clientes que, ao final da causa, podem receber o adjetivo de sinceros. Normalmente, a verdade vem à tona durante as audiências de instrução e os julgamentos pelo Tribunal do Júri, quando testemunhas desmascaram as versões que os clientes contam, normalmente emocionados, aos advogados, no recôndito de seus escritórios, sob juras de absoluta sinceridade. E os advogados, surpresos, repetidas vezes sem vêem em maus lençóis para desfazer as versões fantasiosas que lhes chegaram aos ouvidos. Isso, quando não são considerados cúmplices daqueles que faltaram com a verdade, sumariamente julgados pelos olhares furibundos dos representantes da parte contrária ou do Ministério Público ou dos julgadores... Com tristeza, tenho visto que a verdade raramente habita as confissões dos clientes aos seus advogados, pois com ela exposta, toda inteira, por certo muitas pretensões morreriam nos escritórios de advocacia, sem ao menos serem levadas ao Poder Judiciário. É certo, também, que cada um interpreta os fatos a seu modo, de forma que nem tudo pode ser considerado mentira. Se o exercício da advocacia já está bastante difícil nos dias que correm, por uma série de fatores ideológicos, burocráticos e econômicos, condicioná-la à presença inequívoca da verdade seria o mesmo que condicioná-la ao impossível. Talvez essa impressão seja tão-somente minha, por não saber propiciar aos meus clientes a atmosfera adequada a inspirar confissões completas e sinceras. Se a falha estiver apenas em mim, minha esperança na existência de um mundo profissional com mais ética será renovada."


Simone Judica - OAB/SP 137.766

"Excelente nota (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). De fato, diante do seu impulso o indigitado cidadão resolveu 'gritar' exteriormente para conter o seu forte apelo interior !"


Fábio Leal


"Esse é reflexo de um país que tem um sistema penal e carcerário como o nosso, que, sob o fundamento dos direitos humanos, deixa cidadãos de bem a mercê da bandidagem (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui)."


Raynni Bertolazo

"Quer dizer que todo mundo que não concorda com o homossexualismo, na verdade é um homossexual enrustido (Migalhas 2.513 - 19/11/10 - "Selvageria") ? E que, ao contrário, todo homossexual na verdade é um heterossexual enrustido ? Há algo de científico nessas 'conclusões' ? Claro que não."


Dávio Antonio Prado Zarzana Júnior

"A agressividade social consiste em ser agressivo como o outro também o é (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui). Não há meio termo nesse assunto."


Tathiana Lessa

 

 

"Como assim o ato não foi de homofobia (Migalhas 2.514 - 22/11/10 - "Selvageria - II" - clique aqui) ? Um dos seguranças que salvou o rapaz da verdadeira tentativa de assassinato (dolo eventual) testemunhou no sentido de que um dos agressores disse que agrediu o rapaz 'porque ele é veado' (sic)... (concedeu entrevista após o testemunho, no Inquérito Policial, e isto informou). Logo, tivemos aqui nitidamente um crime de ódio pautado pelo preconceito homofóbico, que, ao contrário do que o migalheiro Dávio se apressou em dizer, justifica a criminalização específica da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero do PLC 122/06 (que não criminaliza só a homofobia, mas também a eventual heterofobia, se existente), pois muitos atualmente creem que discriminar e mesmo agredir cidadãos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) seria um pseudo 'direito' deles... No mínimo, a lei teria um caráter educativo à população, no sentido de que o dever de tolerância obviamente também se aplica no que tange às pessoas de diferentes orientações sexuais (homoafetiva, heteroafetiva ou biafetiva). Dizer que o ato não foi justificado em homofobia significa fechar os olhos à realidade...'


Paulo Roberto Iotti Vecchiatti

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