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Greve faz direção dos Correios mover pedido de dissídio no TST

Da Redação

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Atualizado às 08:50


Greve faz direção dos Correios mover pedido de dissídio no TST

A direção dos Correios entrou ontem com um pedido de dissídio de greve junto ao TST. Em campanha salarial, os funcionários da estatal iniciaram uma greve à 0h.

O sindicalista do Paraná Celso Lima de Paiva, que integra o Comando de Greve, criticou a decisão da empresa e defendeu a reabertura das negociações. Integrantes do movimento irão ao tribunal amanhã, para apresentar propostas. "Não estamos fugindo das negociações."

Grevistas fazem protesto em agência dos Correios de SP

O Comando Nacional de Negociação, ligado à federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), estima que o movimento tenha atingido 70% dos 108 mil funcionários dos Correios em todo o país.

O número oficial de ausências divulgado pela empresa foi de 11,6 mil e equivale a apenas 10,75% do total. A estatal admitiu, entretanto, que a paralisação afetou cerca de 20% das entregas de cartas e encomendas, pois o movimento atingiu principalmente as atividades de transporte e distribuição.

P
aiva afirmou os números divulgados pelos Correios quanto à dimensão do movimento são uma tentativa de desmobilizá-lo e de impedir os funcionários de exercer seu direito de greve.

Um plano de contingência foi acionado pelos Correios para minimizar os efeitos da greve na prestação dos serviços. Cerca de 2.000 pessoas foram contratadas, em caráter temporário.

Os trabalhadores reivindicam um reajuste real de 20%, mais a correção da inflação medida pelo IPCA (6,57%) a partir de agosto, e a elevação do piso salarial de R$ 448 para R$ 931. A estatal ofereceu um aumento de 8% entre agosto e dezembro deste ano e mais 3,9% a partir de janeiro, totalizando 11,9%, mais um abono de R$ 600.

Além de tentar uma conciliação entre as partes, o TST deverá julgar se a greve é legal ou não.

Reivindicações

Os trabalhadores também aproveitam as negociações para cobrar dos Correios um passivo que representaria uma alta de 52% nos salários. O sindicato propõe que esse passivo relativos a perdas salariais desde 1994, discutido na Justiça, seja dividido em três parcelas pagas uma agora, outra em dezembro deste ano e a terceira no final de 2006.

A empresa afirma que as reivindicações dos trabalhadores somariam uma despesa anual de R$ 24 bilhões para os Correios, o correspondente a três vezes o faturamento da estatal. A folha de pagamento dos 108 mil funcionários consome hoje cerca de 60% das receitas dos Correios.

De acordo com o balanço dos trabalhadores, o movimento atingiu 80% dos trabalhadores em São Paulo e 70% no Rio de Janeiro, mas também é forte no Paraná, Rio Grande do Sul e outros Estados.

A direção dos Correios informou, por meio de sua assessoria, que o início da greve leva as negociações à estaca zero, o que significaria a correção pelo IPCA, mais um abono de R$ 400.

O sindicalista afirmou que a reivindicação dos trabalhadores neste ano é mais factível que no ano passado, principalmente no que diz respeito ao piso salarial. Em 2004, a categoria chegou a pedir a elevação do piso salarial para R$ 1.500,00. "Estamos mais próximos da realidade", disse Paiva ao argumentar que os trabalhadores dos Correios receberiam o menor piso salarial entre as estatais brasileiras.
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