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Operação Spoofing

Deputado pede que PGR investigue Moro e Deltan por troca de mensagens

Para o parlamentar, havia uma associação "estruturalmente ordenada" e composta por agentes públicos: "comunicações funcionais informais e, ao que tudo indica, clandestinas e ilegais", disse.

Da Redação

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Atualizado às 15:58

O deputado Federal Paulo Pimenta e o advogado Wadih Damouh apresentaram notícia-crime ao PGR Augusto Aras para pedir investigação da conduta do ex-juiz Sergio Moro, de Deltan Dallagnol, ex-chefe da Lava Jato em Curitiba, e de outros procuradores da força-tarefa nas conversas apreendidas na operação Spoofing.

Como o conteúdo se tornou de conhecimento público, por meio de determinação do ministro Lewandowski, Migalhas compulsou as mensagens. Em um dos trechos separados, datado de 27 de fevereiro de 2016, procuradores colocavam em xeque a atuação de ministros do STJ. "Dizem que é assim que funciona no STJ", disse Paulo Galvão sobre propina para assessores.

 (Imagem: Jorge Araújo/Folhapress)

(Imagem: Jorge Araújo/Folhapress)

Em outro bloco de mensagens, também de 2016, Moro pergunta se a denúncia contra Lula seria "sólida" o suficiente. Em outro momento, orienta Deltan a validar as provas na PF. Na vexatória troca de conversas, Deltan diz ao juiz como conduzir o interrogatório de um réu.

Em fevereiro de 2016, época em que o telefone de Lula estava grampeado, os procuradores fizeram uma tremenda confusão envolvendo os nomes de Dilma Rousseff e Rosa Weber.

De acordo com os peticionantes, a partir do material, é possível constatar fortes indícios da existência de uma associação "estruturalmente ordenada" e composta por agentes públicos. Segundo os signatários, as mensagens apreendidas revelam que um grupo de procuradores da força tarefa do MPF mantinha um grupo no aplicativo Telegram destinado à elaboração de estratégias e atos processuais.

Mais do que isso, salientaram Damouh e Paulo Pimenta, tais mensagens revelam a existência de um canal direto de comunicação entre Deltan Dallagnol e o então juiz Moro, "para tratar despudoradamente de assuntos relacionados à operação Lava Jato."

Os peticionantes, citam como exemplo a demanda que Dallagnol fez a Moro pleiteando a destinação de recursos públicos no valor de R$ 38 mil para financiamento de um vídeo publicitário sobre sua campanha em nome das chamadas 10 medidas contra a corrupção.

"Os diálogos revelam a existência de uma série de comunicações funcionais informais e, ao que tudo indica, clandestinas e ilegais entre os procuradores brasileiros integrantes da Força Tarefa do Ministério Público Federal junto a autoridades suíças e estadunidenses."

Assim, pediram que seja determinada a instauração do procedimento investigatório cabível contra os envolvidos nos diálogos.

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