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ICMS

STF valida ICMS na Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta

O entendimento seguido pela maioria da Corte foi o do ministro Alexandre de Moraes.

Da Redação

terça-feira, 2 de março de 2021

Atualizado às 11:53

A inclusão do ICMS na base de cálculo da CPRB - Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta não fere a Constituição Federal. Esse entendimento foi firmado pelo plenário do STF.

Segundo a corrente majoritária, o abatimento do ICMS do cálculo da CPRB ampliaria demasiadamente o benefício fiscal, em violação ao artigo 155, parágrafo 6º, da Constituição Federal, que determina a edição de lei específica para tratar da redução de base de cálculo de tributo. A tese fixada pela Corte foi:

"É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB."

 (Imagem: Unsplash)

(Imagem: Unsplash)

Competência da União

No recurso, uma questionava decisão do TRF da 3ª Região que, ao desprover apelação, entendeu que o montante relativo ao ICMS integra o conceito de receita bruta para fins de determinação da base de cálculo da contribuição previdenciária.

A empresa sustentava a impossibilidade da inclusão do imposto na base de cálculo, por não ser definitivo o ingresso dos valores no patrimônio da pessoa jurídica. Alegava que deveria ser aplicada ao caso a mesma tese firmada no RE 574.706, em que o plenário declarou que o ICMS não deve compor a base de cálculo do PIS e da COFINS.

Lei específica

A maioria do colegiado se posicionou pelo desprovimento do recurso, seguindo o voto do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, alterações promovidas na lei 12.546/11 concederam às empresas nela listadas a faculdade de aderir ao novo sistema, caso concluíssem que a sistemática da CPRB seria mais benéfica do que a contribuição sobre a folha de pagamentos.

A própria lei estabelece que, do cálculo da receita bruta, serão excluídos apenas "as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos".

O ministro lembrou, ainda, que o decreto-lei 1.598/77, que regulamenta o Imposto sobre a Renda, após alteração promovida pela lei 12.973/14, trouxe definição expressa do conceito de receita bruta e receita líquida, para fins de incidência tributária.

De acordo com a norma, a receita líquida compreende a receita bruta, descontados, entre outros, os tributos incidentes, o que significa dizer que a receita bruta compreende os tributos sobre ela incidentes.

Nesse sentido, para o ministro, a empresa não poderia aderir ao novo regime de contribuição por livre vontade e, ao mesmo tempo, querer se beneficiar de regras que não lhe sejam aplicáveis.

Na óptica de Moraes, permitir o abatimento do ICMS do cálculo da CPRB ampliaria demasiadamente o benefício fiscal, em ofensa ao artigo 155, parágrafo 6º, da Constituição, que determina a edição de lei específica para tratar sobre redução de base de cálculo de tributo.

Seguiram esse entendimento os ministros Nunes Marques, Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, e Luiz Fux.

Leia o voto vencedor. 

Cofres dos estados

Ficaram vencidos o relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Rosa Weber, que acolhiam o recurso da empresa. Em seu voto, o relator considerou a cobrança ilegítima, uma vez que a tributação alcança valores que não integram patrimônio do contribuinte, mas destinados aos cofres dos estados ou do DF.

Tese

A tese de repercussão geral firmada foi a seguinte:

"É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB."

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