MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Banco indenizará idosa que caiu no golpe do motoboy
Golpe | Responsabilidade

Banco indenizará idosa que caiu no golpe do motoboy

O golpe do motoboy consiste em ludibriar a vítima, convencendo-a de entregar o cartão ao motoboy por medidas de segurança supostamente indicadas pelo banco.

Da Redação

quarta-feira, 16 de março de 2022

Atualizado às 14:27

A 4ª turma Recursal dos Juizados Especiais do Paraná condenou o Banco do Brasil ao pagamento de danos morais e materiais a idosa que caiu no golpe do motoboy. Para o colegiado, o banco deveria ter tido "cuidados redobrados" em seu sistema de segurança para proteger a cliente.

Como funciona o golpe do motoboy?

O golpista liga para a vítima, se passando por um funcionário do banco, informando que o cartão dela está sendo usado para compras suspeitas e, por isso, ele precisa ser cancelado.

Na linha, o golpista pede alguns dados da vítima, incluindo a senha, e a orienta cortar o cartão ao meio. Posteriormente, ele avisa que um funcionário do banco vai pegar o cartão cortado como medida de segurança. Assim, com os dados, senha e chip do cartão da vítima, o golpista consegue fazer diversas compras.

 (Imagem: Freepik)

Banco indenizará idosa que caiu no golpe do motoboy.(Imagem: Freepik)

Caso concreto

No caso analisado pela 4ª turma Recursal dos Juizados Especiais, a idosa recebeu ligação em sua casa de pessoa que se identificou como funcionário do BB e que, até mesmo, já possuía seus dados bancários (agência e conta corrente/cartão).

Na ligação, o golpista repassou número de protocolo de atendimento, a fim de confirmar compras que não foram realizadas pela autora. O suposto funcionário do BB, então, informou que suas senhas seriam canceladas e que o cartão deveria ser cortado, colocado num envelope e entregue ao motoboy. 

O juízo de 1º grau negou os pedidos da vítima e não responsabilizou o banco pelo ocorrido. A vítima, então, recorreu à 4ª turma Recursal.

Burla do sistema de segurança

Para o juiz Leo Henrique Furtado Araújo, relator, o banco deve ser, sim, responsabilizado. De acordo com o magistrado, o caso demonstrou que houve falta de cautela e de "cuidados redobrados" que o banco deveria ter tido em relação à consumidora idosa. Isso porque, explicou o juiz, os falsários tiveram acesso prévio às informações bancárias e dados pessoais da correntista.

"Portanto, da forma como os fatos ocorreram, verifica-se que os falsários tiveram acesso prévio às informações bancárias e dados pessoais da correntista tal como telefone residência e demais dados bancários. Além disso, mesmo após o cartão ter sido cortado/inutilizado, conseguiram usá-lo, restando evidente, dessa maneira, que os golpistas burlaram o sistema de segurança e proteção do banco, pois o cartão não deveria possuir mais serventia. Não bastasse, foram realizadas operações financeiras/compras que fugiram ao perfil da correntista, o que denota a falta de cautela e cuidados redobrados que deveria ter o banco ao consumidor idoso."

O magistrado asseverou que, se não houvesse falha interna no vazamento de dados, "isto é, caso fortuito interno", não haveria prática fraudulenta por terceiro falsário.

Assim, e por entender que não existe responsabilidade da consumidora que foi vítima de golpe, o juiz determinou que o Banco do Brasil pague indenizações por danos materiais (R$ 5,3 mil) e morais (R$ 6 mil). O julgamento foi unânime.

O advogado Tiago do Nascimento Ferreira e a advogada Juliana Ferreira Marçaneiro defenderam a idosa.

Patrocínio

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

FERNANDA DOS ANJOS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
FERNANDA DOS ANJOS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

Olá, meu nome é Fernanda dos Anjos. Meu escritório fica localizado em RJ/Niterói. Conto com o apoio de colaboradores e parceiros, o que possibilita uma atuação ampla e estratégica. Entre as atividades desempenhadas estão a elaboração de peças processuais, participação em audiências de...

AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA
AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA

Uma gestão jurídica diferente, especializada na gestão de processos. Vantagens: Agilidade | Eficiência | Fatura única | Atendimento individualizado | Emissão de NF | Serviço auditado | Foco no cliente. Contate-nos.