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Busca e apreensão

STF autoriza buscas em investigação de presentes no governo Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes, em decisão monocrática, concluiu que provas obtidas pela PF demonstram que foi criada estrutura para desviar presentes dados por autoridades estrangeiras a Bolsonaro no período em que estava na presidência da República.

Da Redação

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Atualizado em 12 de agosto de 2023 08:39

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu a pedido da PF e determinou a realização de busca e apreensão em endereços do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, do advogado Frederick Wassef e do tenente Osmar Crivelatti. A medida visa colher provas para apurar o suposto desvio de presentes entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, e a possível venda dos bens e ocultação dos valores.

Na decisão, o ministro determinou que sejam apreendidos computadores, aparelhos eletrônicos de armazenamento de dados, fotografias, documentos e demais objetos que guardem relação com os fatos investigados. Ele também autorizou à PF o acesso e a análise do conteúdo apreendido.

 (Imagem: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Ministro Alexandre de Moraes autoriza buscas para apurar desvio de presentes no governo Bolsonaro.(Imagem: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Na decisão, Moraes afirmou que provas obtidas pela PF demonstram que foi criada estrutura para desviar presentes dados por autoridades estrangeiras a Jair Bolsonaro no período em que estava na presidência da República.

Na avaliação de S. Exa., os presentes recebidos por Bolsonaro durante viagens internacionais eram desviados para o acervo privado do ex-presidente e vendidos nos Estados Unidos, onde morava o general. Durante o governo de Bolsonaro, Lourena Cid trabalhava no escritório da Apex, em Miami. Entre os itens, estão relógios de luxo e obras de arte.

"Os elementos de prova colhidos demonstraram que, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro."

Segundo as investigações, os desvios começam em meados de 2022 e terminam no início deste ano. Em um dos casos descobertos pela PF, o general Cid recebeu na própria conta bancária US$ 68 mil pela venda de um relógio Patek Phillip e um Rolex.

De acordo com o ministro, os presentes de governo estrangeiros deviam ser incorporados ao GADH - Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, setor da presidência da República responsável pela guarda dos presentes, que não poderiam ficar no acervo pessoal de Bolsonaro.

"Na administração do ex-presidente da República, o GADH atribuiu presentes de altíssimo valor, dados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do presidente da República, adotando uma interpretação que contraria os princípios que regem a administração pública e a teleologia do acórdão proferido pelo TCU, que teve a finalidade, atendendo ao interesse público, de esclarecer e ratificar o entendimento de que a regra é a incorporação ao acervo público da União", concluiu.

Leia a decisão.

Informações: STF e Agência Brasil. 

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