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Ministério da Justiça

Lewandowski anuncia reconhecimento facial e muralhas em prisões Federais

Segundo o ministro, houve uma série de falhas que possibilitaram a fuga dos presos em Mossoró.

Da Redação

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Atualizado em 16 de fevereiro de 2024 09:53

Após a fuga de dois presos da penitenciária Federal de Mossoró/RN na madrugada desta quarta-feira, 14, o ministério da Justiça e segurança pública irá modernizar o sistema de videomonitoramento dos cinco presídios Federais e aperfeiçoar o sistema de controle de acesso, inclusive com reconhecimento facial de todos que ingressam nas unidades prisionais. As medidas foram anunciadas pelo ministro Ricardo Lewandowski nesta quinta-feira, 15.  

Também serão ampliados os sistemas de alarmes e sensores de presença nas unidades prisionais federais. O governo pretende ainda viabilizar, por meio do Funpen - Fundo Penitenciário Nacional, a construção de muralhas em todos os presídios federais, a exemplo do que foi feito no presídio do Distrito Federal. 

Outra medida anunciada pelo ministro é a requisição para a nomeação de 80 policiais penais federais aprovados em concurso público para reforçar o sistema prisional federal. Parte do contingente será deslocado para Mossoró.

 (Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress)

Ministro da Justiça anuncia medidas após fuga de presos de Mossoró.(Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress)

Condições da fuga

Os presos utilizaram ferramentas encontradas dentro do presídio para escapar. A unidade estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos. 

"Eles usaram um alicate que certamente estava jogado no canteiro de obras, quando deveria estar trancado, como ocorre em outras reformas de presídios", explicou o ministro Ricardo Lewandowski. 

Segundo o ministro, houve uma série de falhas que possibilitaram a fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Além da facilidade na obtenção das ferramentas, o ministro cita defeitos na construção do presídio. 

"Houve uma fuga pela luminária da cela. Ao invés de estar protegida por uma laje de concreto, estava apenas por um trabalho comum de alvenaria. Quando os detentos conseguiram sair pela luminária, eles entraram no shaft, onde estão tubulações, fiações e máquinas e de lá conseguiram alcançar o teto. Não havia nenhuma laje, nenhuma grade, nenhum sistema de proteção." 

Os fugitivos também ultrapassaram facilmente um tapume de metal e depois, com os alicates, eles cortaram as grades para a parte externa. 

Além disso, algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente, assim como algumas lâmpadas que poderiam detectar a fuga. 

Outro fator apontado pelo ministro para a facilitação da fuga foi o fato de ter ocorrido em uma terça-feira de carnaval "onde as pessoas eventualmente estavam mais relaxadas como costuma ocorrer neste momento". 

"Não imaginamos que tenha sido algo orquestrado de fora, nem algo arquitetado com muito dinheiro. foi uma fuga que custou muito barato, efetuada com o que foi encontrada no local", descreveu Lewandowski.  

Para o ministro, a fuga se deu em razão de uma série de coincidências negativas. "Embora preocupante, isso não afeta a segurança dos presídios federais. É um caso episódico, localizado, fortuito e vai ser corrigido", disse, acrescentando que espera que os dois fugitivos sejam recapturados em um período muito breve. 

Medidas já tomadas

Ainda ontem, o ministro determinou o afastamento imediato da atual direção da penitenciária Federal em Mossoró. Mais cedo, foi nomeado o ex-diretor da unidade de Catanduvas/PR Carlos Luis Vieira Pires como interventor da unidade prisional. 

Foram acionadas a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, entidade que congrega as policiais federais e estaduais que combatem o crime organizado 

Os dois fugitivos foram incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol e no sistema de proteção de fronteiras.  

Com informações da Agência Brasil.

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