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Saúde

Hospital deve arcar com cirurgia sem transfusão a testemunha de Jeová

Para relator, é responsabilidade da administração pública superar todos os obstáculos para assegurar a continuidade a tratamento de urgência da mulher.

Da Redação

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Atualizado às 12:21

12ª câmara de Direito Público do TJ/SP determinou que o município de Ourinhos/SP conceda tratamento adequado a paciente testemunha de Jeová que teve recusa de procedimento em hospital do município dada a vedação de transfusão sanguínea. Em decisão, relator afirmou que cabe à administração pública superar qualquer obstáculo e dar continuidade a cirurgia de urgência da mulher.

Nos autos a paciente afirma que possui miomatose uterina com sangramento vaginal anormal e realiza acompanhamento médico com equipe do hospital do município. Alega que, agendou o procedimento cirúrgico de histerectomia total, entretanto, foi cancelado em virtude de recusa do anestesista, sob o argumento de não realizar cirurgia em pacientes testemunhas de Jeová, dada a vedação de transfusão sanguínea.

Assim, propôs ação para que seja indicado ou custeado outro médico anestesista ou tratamento diverso que acolha sua religião, a fim de dar continuidade a seu atendimento de urgência.

 (Imagem: Freepik)

Município deve realizar o procedimento no prazo de 20 dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.(Imagem: Freepik)

Em recurso, o relator do caso, desembargador José Orestes de Souza Nery, entendeu que atualmente existem vários procedimentos médicos que contemplam a objeção religiosa da paciente, tais como o uso de eritropoietina, hemodiluição normovolêmica aguda e a técnica denominada PBM - Patient Blood Management.

"Nessa toada, a ordem judicial impõe à administração pública a superação, em caráter excepcional, de qualquer obstáculo no âmbito orçamentário, mormente numa situação em que a vida de um paciente suplanta - tanto pelo aspecto da urgência, quanto pela mensuração do valor do bem resguardado -, qualquer outro interesse público envolvido no desempenho do serviço público de saúde."

Assim, o colegiado deferiu a tutela de urgência determinando que o município dê continuidade ao tratamento da mulher mediante a indicação de anestesista do SUS ou particular para realização da cirurgia, no prazo de 20 dias, sob pena de multa diária de R$1 mil.

A advogada Débora Lubke Carneiro atua no caso.

Confira aqui o acórdão.

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