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Dicas de carreira

Advogada conta trajetória: da faculdade aos 16 anos até LLM em Harvard

Em entrevista ao Migalhas, Nicole Nigri dá dicas para quem deseja estudar e trabalhar no exterior.

Da Redação

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Atualizado às 09:28

Inspirada pela trajetória da avó, que foi corregedora e procuradora-Geral do Maranhão, uma jovem decidiu que a educação seria o caminho para transformar a própria vida. Aos 16 anos, Nicole Nigri ingressou na faculdade de Direito movida pela curiosidade e pela vontade de aprender. Hoje, é advogada, concluiu LLM em Harvard e foi aprovada no Bar Exam, o "exame de ordem" dos Estados Unidos, que a habilita a advogar também em solo americano. 

Em entrevista concedida ao Migalhas, ela compartilha os desafios e aprendizados de uma trajetória marcada por disciplina e coragem, e oferece conselhos práticos para quem sonha estudar e construir carreira no exterior.

O ponto de partida da trajetória de Nicole no Direito é familiar. Ela cita a avó como farol ético e exemplo de perseverança: uma pessoa firme, de quem sempre teve muito orgulho, e que para ela prova que a educação pode transformar vidas. A convivência com a carreira pública da avó a aproximou do Direito, primeiro com ambição de concurso e, depois, com a descoberta de que a advocacia combinava mais com seu perfil.

Faculdade aos 16

Precoce, ela decidiu fazer o Enem no 2º ano do ensino médio para praticar e passou. Para efetivar a matrícula na universidade, moveu mandado de segurança, obteve aprovação judicial, fez supletivo e começou o curso. A aposta envolveu maturidade acelerada e renúncias, mas abriu portas mais cedo.

O primeiro estágio, voluntário na Defensoria Pública, em Direitos da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, marcou Nicole pela presença e pela escuta ativa. O defensor com quem trabalhou, que é cego, corrigia petições em voz alta. O treino lapidou sua escrita jurídica e um olhar negociador: mediar famílias, buscar soluções de ganho mútuo e evitar litígios desnecessários. Na sequência, veio o estágio no Ministério Público Federal, na área criminal. A experiência foi valiosa, mas lhe sinalizou preferência por rotinas mais dialogadas com clientes, o que a levou à advocacia privada.

Conquistar o primeiro estágio em escritório não foi simples, o que rende sua primeira dica: não dizer não a oportunidades. Depois de testar processo civil e arbitragem e sair em três meses por falta de afinidade, Nicole encontrou seu campo em propriedade intelectual. O interesse levou a um estágio de três meses na Alemanha, ampliando repertório regulatório e cultural. Já formada, foi contratada por um grande escritório de PI no Brasil, atendeu clientes de grande porte e conviveu de perto com multinacionais americanas, o que tornou natural o passo seguinte: estudar nos Estados Unidos.

LLM em Harvard

Para sua pós-graduação, Nicole buscou um programa que permitisse pesquisa autoral e flexibilidade curricular. Em Harvard, um diferencial decisivo foi a exigência de uma "tese", ou LLM Paper, que a atraiu pela possibilidade de desenvolver um projeto próprio com supervisão docente.

O LLM geral lhe deu liberdade para montar a grade, ainda que quem pretenda fazer o Bar Exam precise cumprir disciplinas específicas. A avaliação final de Nicole sobre a experiência é franca: Harvard superou suas expectativas.

Diabética tipo 1 desde os cinco anos, Nicole direcionou o interesse acadêmico a privacidade e proteção de dados de saúde, tema central para pesquisa em inteligência artificial e para a democratização de tecnologias médicas. Seu Paper discute novas técnicas de identificação e arquiteturas de compartilhamento que conciliem proteção de dados e avanço científico, agenda que ela conecta à própria vivência com bombas de insulina e sensores contínuos de glicose.

Da primeira aula universitária à defesa do LLM, a linha que une as escolhas de Nicole é clara: propósito, método e coragem de se expor. Para quem está na largada, ela resume: pesquise, planeje, comunique seu projeto e comece agora. O resto é trabalho, e oportunidades bem aproveitadas.

5 dicas para estudar e trabalhar fora

  1. Pesquise com método. Cada universidade tem perfil próprio. Entenda o que cada uma valoriza e como isso conversa com a sua trajetória e objetivos.
  2. Tenha um objetivo narrável. O "personal statement" deve articular projeto, professores, disciplinas e por que aquela escola é a melhor alavanca para o seu plano.
  3. Planeje o Bar Exam. Se a meta é habilitar-se nos EUA, programe a grade desde o início e estude com antecedência. Cursos preparatórios são revisão, não curso do zero.
  4. Antecipe a estratégia de carreira. Candidate-se cedo, participe de feiras, acione networking, escreva diretamente para sócios e considere mercados além dos destinos óbvios.
  5. Vida prática e vistos. Processos migratórios mudam. Planeje documentos, custos e cronograma.

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