PF vai ao STF por suposta entrada simulada de Filipe Martins nos EUA
Polícia Federal informou ao ministro Alexandre de Moraes que registros indicam inserção de dados do ex-assessor em sistema migratório americano em dezembro de 2022.
Da Redação
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Atualizado às 11:55
A Polícia Federal encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, ofício com novas informações sobre o caso do ex-assessor presidencial Filipe Garcia Martins Pereira. O documento foi enviado em 20/10 e detalha a apuração sobre o suposto ingresso de Martins nos Estados Unidos em 30/12/22.
Segundo o relatório, a PF identificou que o nome de Filipe Martins constava em uma lista de passageiros de um voo presidencial com destino a Orlando (EUA), informação localizada durante a análise de materiais apreendidos na investigação envolvendo Mauro Cid. A corporação, porém, apontou indícios de que a entrada registrada pode ter sido simulada.
O ofício cita que, após consulta ao DHS - Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, foi confirmado o registro de entrada de Martins no país.
Contudo, em nota publicada pelo CBP - Customs and Border Protection em 10/10, as autoridades americanas indicaram que a inserção dos dados no sistema poderia ter ocorrido no contexto de um procedimento migratório diferenciado, utilizado por comitivas presidenciais, nas quais os integrantes não passam fisicamente pelo controle de fronteira.
A PF também relatou que, quando foi localizado durante a Operação Tempus Veritatis, Martins afirmou ter passado um período sabático em cidades como São Paulo e Balneário Camboriú/SC, hospedando-se em imóveis temporários. Em diligência na casa dos pais do investigado, em Votorantim/SP, os familiares teriam informado falsamente que ele residia no exterior.
Diante desses elementos, a PF sugeriu ao ministro Moraes a instauração de um procedimento apuratório específico para investigar a eventual fraude na inserção dos dados migratórios.
O delegado Fábio Alvarez Shor, que assina o documento, afirmou que o episódio pode estar relacionado a práticas de desinformação e embaraço à Justiça, semelhantes às observadas no chamado inquérito da "milícia digital".






