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Depois de 11 edições na Espanha, chega ao Brasil a Campus Party

Da Redação

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Atualizado às 08:04


Campus Party

Depois de 11 edições na Espanha, chega ao Brasil a Campus Party, considerada a maior festa da inovação digital do mundo. Leia abaixo matéria especial sobre o encontro.

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O Carnaval da internet

A Campus Party, considerada a maior feira da inovação digital do mundo, reúne pela primeira vez no Brasil 3 mil pessoas para troca de conhecimentos

Depois de 11 edições na espanha, chega ao Brasil a Campus Party, considerada a maior festa tecnológica do mundo. Da segunda-feira 11 ao domingo 17, 3 mil internautas acamparão na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, para uma série de atividades ligadas ao mundo digital. São palestras, grupos de discussão e oficinas sobre temas como astronomia, jogos, robótica, software livre e música. Entre os convidados estão Demi Getschko, considerado o pai da internet no Brasil, e John "Maddog" Hall, fundador do movimento de código aberto - os programas que podem ser modificados livremente por usuários do mundo inteiro, como o Linux.


O evento de 2007, na Espanha. A conexão superveloz é uma das atrações

Na definição do criador do evento, o espanhol Paco Ragageles (leia a entrevista), a Campus Party é uma "universidade da internet que dura uma semana". Nascida em Málaga, na Espanha, em 1997, a festa mudou-se para Valência em 2000 e terá neste ano sua primeira versão internacional no Brasil. Segundo a organização do evento, foram critérios para a escolha do país a adesão dos brasileiros à internet - o país lidera os rankings internacionais de tempo de navegação e uso de sites de relacionamento, como Orkut e MSN - e o interesse da Telefônica, principal patrocinador do evento, no mercado brasileiro.

Para Mario Teza, conselheiro do Comitê Gestor de Internet no Brasil e coordenador da área de software livre, a Campus Party é uma espécie renovada das antigas convenções. "Os temas são definidos pela comunidade, que ajuda a organizar também a agenda de atividades, além de participar de tudo depois", diz.

Inovador

David Ruiz diz que a Campus Party "é diferente de tudo"

Os participantes, com seus computadores plugados em uma conexão de alta velocidade - serão 5 Gb por segundo, ou o download de um filme inteiro em poucos minutos -, poderão trocar conhecimentos, fazer parcerias em novos projetos e se divertir. "Tem gente que vai ao evento só para ter o gostinho de baixar um arquivo a essa velocidade", afirma a advogada Thásia da Silva Oliveira Magalhães, de 33 anos, de São Paulo. Integrante da recém-criada Comissão de Direito na Sociedade da Informação da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, Thásia diz que vai participar para discutir as questões legais que surgiram com o mundo digital - como flexibilidade de direitos autorais, crimes on-line e acordos para unificar a legislação dos vários países sobre o tema.

Outro destaque da festa tecnológica brasileira é a inclusão digital. "Na Espanha, a preocupação com esse tema foi diminuindo ao longo do tempo, com o crescimento do acesso da população à internet", diz Ragageles. "No Brasil, continua muito importante." Durante o evento, acontecerá um seminário nacional sobre o tema e professores da rede pública de ensino participarão de oficinas de computação para levar o conhecimento aos alunos.

"A Campus Party é muito diferente de tudo", afirma David Ruiz, de 24 anos, empresário de Santos que participou do evento espanhol em 2007. "Tem todo tipo de pessoas interagindo como se fossem grandes amigos." Ruiz será coordenador da área de desenvolvimento de software na versão brasileira deste ano. Na Espanha, já foram desenvolvidos 72 projetos que nasceram durante a Campus Party. Em um deles, um jovem desenvolveu uma forma ecologicamente correta e silenciosa de refrigerar o computador. Com a ajuda de um pesquisador de Harvard - conectado à internet - ele chegou a uma fórmula para alterar quimicamente a água. Era possível mergulhar as peças de um computador nesse novo líquido sem causar danos ao equipamento. Curiosamente, o objetivo inicial do rapaz era apenas dar um jeito de levar seu peixinho de estimação dentro do computador para o evento.

4 perguntas para Paco Ragageles

Criador da Campus Party, o radialista apaixonado por tecnologia diz o que espera do evento

Como surgiu a idéia de fazer um evento como a Campus Party ?

Paco Ragageles - No inverno de 1996, eu estava assistindo a um programa de televisão em casa e vi uma reportagem sobre as "festas de internet", que estavam começando a se tornar um fenômeno habitual no norte da Europa. Gravei a reportagem e levei a fita para os meus amigos, sugerindo que fizéssemos uma coisa igual na Espanha.

O que mudou nestes dez anos de evento ?

Ragageles - No primeiro evento, tínhamos dez linhas de 16 Kb para os 250 participantes. Neste ano, teremos 5 Gb. De lá para cá, foram agregadas mais áreas de interesse e muitas atividades, como palestras e oficinas. É como uma universidade da internet que dura uma semana. Não é uma feira, é a festa dos protagonistas da internet. Não é um evento das empresas ou das universidades, mas dos usuários. Eles trazem seus próprios projetos e trocam muitas idéias.

O que o senhor espera do evento brasileiro ?

Ragageles - Espero que as pessoas deixem de ver apenas o lado negativo da internet - como a pedofilia, as fraudes - para ver que, através dela, uma pessoa que está na Amazônia pode ter acesso a muitas informações importantes para sua formação. A informação é fundamental para todos, para o ócio e para a profissão.

Por que fazer um evento presencial para quem está acostumado com o mundo virtual ?

Ragageles - Nós costumamos dizer que a internet é uma rede de pessoas, e não de computadores. Pedimos que as pessoas tragam seus computadores - e não que os computadores "tragam" as pessoas. O fundamental é o valor humano. As pessoas precisam se conhecer, e a Campus Party é o momento do carnaval dessas pessoas.

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Fonte: (clique aqui)

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